Oriundos das ruas sujas de Los Angeles (Califórnia) essa era uma banda que mesclava tudo que a época tinha para oferecer; Heavy Metal com fortes pegadas Queensrÿche e Iron Maiden (inclusive nas apresentações que eram marcantes, basta assistir o vídeo de “The Murderous Metal Road” nos anos 80, que por sinal foi lançado em dvd, mas no youtube encontra o show completo), Hard Rock, mas como numa versão “mais dark” do Wasp ou Twisted Sister e até mesmo o glam onde isso vale também, se você pode imaginar um Motley Crue mais anti-social heheheh.
E não se engane, pois tudo isso pode fazer com que um leigo ache que a banda foi apenas uma sombra do que já rolava e que esse pode ter sido um dos motivos do seu aparente anonimato, mas não! O Lizzy Borden era uma banda de música e personalidade únicas e o lugar deles parecia (mesmo que provavelmente não fosse essa intenção) ser o UG... O controverso nome é oriundo de um assassinato ocorrido no século XIX, onde uma jovem com nada mais nada menos que o mesmo nome da banda, assassinaria os pais (o pai e a madrasta) por conta de herança e desavenças familiares. Um crime que chocou a América!
Parece que a banda surgiu em 1983 lançando algumas demos e singles que podem ser encontrados em uma versão relançada em cd, mas em 1985 após assinar com a Metal Blade Recs, o "ás de espadas" seria lançado: “Love you to Pieces”; disco com 10 sons, sem dúvida o melhor trampo dos caras, com faixas que se tornaram clássicos da banda como “Psychopath”, que pra mim é o melhor do disco.
A capa bem sugestiva negativamente falando (na perspectiva de alguns hehe) traz uma mina bem sexy com lingerie preta, cinta liga, etc e no reflexo do espelho, o vocalista que também se auto-intitulava ‘Lizzy Borden’ (pseudônimo, óbvio) aparece com um machado, dando sentido macabro ao título do álbum que traduzido é “Amo você em Pedaços”!! Fico imaginando isso nos dias de hoje com tanto fresco no meio Heavy Metal...
Os integrantes da Lizzy Borden tinham aquele visual caricato de bandas do estilo, com roupas extravagantes, couro, cabeleira bem tosca diga-se de passagem, nada esteticamente agradável e o vocalista L. Borden até usava uma maquiagem (porém sem soar fresco) fazendo uma obscura alusão a essa jovem assassina.
Os shows eram bem teatrais, remetendo aos primórdios do KISS e Iron Maiden que parece ser uma influência dos caras.
Quando tocavam “Psychopath” uma “modelo” (a julgar pelos recursos da banda, mais provável que fosse uma prostituta mesmo hehehe) entrava no palco com um sobretudo branco e era despida violentamente pelo vocalista, revelando a lingerie da mina da capa do 1º álbum, mas ainda assim a garota se sentia atraída pela selvageria do mesmo, onde em cima de uma caixa de madeira, simulavam o que parecia ser uma relação sexual bem selvagem, com uns tapas, estrangulamentos e puxões de cabelo na mina que parecia mesmo estar gostando de tudo aquilo, até que de repente ele pegava um machado e simulava um assassinato, com direito a sangue artificial e ocultação de cadáver!!!
Agora imaginem a reação disso nos dias de hoje?! Se aqui na BA, por exemplo, uns anos atrás algumas bandas (de DM, pasmem) se recusaram tocar em um evento porque teria apresentação de strippers nos intervalos porque “soava ofensivo para certos gêneros” kkkkkkkkkkk imagina então uma performance dessa.
O disco começa com “Council for the Cauldron” e logo despenca para “Psychopath” (minha predileta)... "Red Rum, Warfare", "Rod of Iron" (numa pegada “Power Metal” das antigas bem sutíl), "Save Me" (puta solo do caralho), "American Metal" (um hino), "Flesheater"...
A faixa título traz ironicamente aquela pegada meio “balada” típica de bandas da época, mas pode ter certeza que sem espaços para qualquer tipo de romantismo (ao menos por qualquer coisa viva rsrs), pois deixa a entender que houve um ato de necrofilia ali...
Caralho, isso é coisa que só bandas de Death Metal fazem (ou melhor, faziam heheh)... Não sei mais o que dizer, apenas que eu já queria escrever sobre eles faz tempos, mas só agora que peguei o relançamento em cd (já que o vinil tá custando um rim) só agora pude falar sobre isso.
Então fico por aqui ao som de “Psychopath”, com montilla e energético no sangue!!! Lizzy Borden – “Love you to Pieces” foi: Gregory Charles Harges, vulgo Lizzy Borden (vocal), Joey Scott Harges (baterista, irmão do vocal), Gene Allen (guitarra/vocal), Mike Davis (baixo) e Tony Matuzak (guitarra – morreu em 2021 de ataque cardíaco)...
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