13 de junho de 2012

RAVEN (Newcastle - Inglaterra)

O Power Trio britânico Raven está há poucos dias de se apresentar em nossas terras. O show será dia 17 de Junho, ou seja, no próximo domingo no clash Club em São Paulo... 




Para quem está ansioso em ver novamente o Speed Metal ou quem é fã do Raven vale a pena conferir a conversa entre Hamilton Tadeu (NFL Zine) e John Gallagher nas linhas a seguir:







TGZ - Os álbuns Rock "Until You Drop", "Wiped Out" e "All For One" foram lançados em 81, 82 e 83 respectivamente e eleitos pelo site about.com entre os 10 melhores álbuns lançados naqueles anos figurando ao lado de bandas como Judas Priest, Iron Maiden, Venom, Manowar e Motorhead. Esse tipo de lista acaba sendo um grande reconhecimento, não é? Comente sobre isso.

John Gallagher - Sim!! Nós estamos ao lado de muito boas companhias lá nessa lista. É um elogio muito bom este tipo de coisa!

TGZ – O Raven veio para o Brasil pela primeira vez em 2010 e muitos fãs saíram mais do que satisfeitos do shows no Brasil ao lado do vocalistas Steve Grimmett! Sei que para uma banda com mais de 30 anos de carreira é difícil lembrar quase tudo, mas que recordações vocês tem dessa vinda ao Brasil? Todos dizem que o público brasileiro corresponde muito e canta junto, mas a comida agradou, as pessoas agradaram, a viagem agradou?


JG - Nós nos divertimos muito!!! Boa comida, pessoas excelentes e um grande show! Os fãs brasileiros são muito apaixonados e estamos realmente ansiosos para retornar em junho!

TGZ – Alguém comentou sobre o solo de baixo feito por John Gallagher foi tão bom que se Joey DeMaio (baixista do Manowar) estivesse presente, teria chorado como uma menininha de tão fantástico que foi. O que acha desse elogio?


JG - Isto é muito engraçado(risos)! Na verdade, nós nos encontramos algumas vezes com Joey e ele era um cara muito legal.

TGZ – A banda surgiu no que se conhece como NWOBHM ao lado de bandas como Saxon, Iron Maiden, Angel Witch, Samson, Diamond Head, Girscholl entre outras tantas. Como eram as coisas naquela época em que o punk tinha se tornado forte? Havia bons lugares para shows? Era muito cansativo carregar os instrumentos quase toda semana? Como eram os shows e a relação com fãs e editores de fanzines?


JG - Foi uma época emocionante! Depois apenas tocando em pubs locais e clubes. Assim que o nosso primeiro single foi para fora do país que conseguimos tocar para valer em Londres com o Iron Maiden e depois abrir quatro shows para o Ozzy, dois shows com Motorhead, shows com Whitesnake. O Metal estava ficando muito mais popular! Era muito mais resistente em torno de 77 a 79 devido à coisa do Punk, mas continuamos a fazer o que fazemos.

TGZ – Na opinião de vocês, o que ficou mais fácil para as bandas e o público dos anos 80 pro final dos anos 90 e pra hoje em dia e o que se tornou difícil em termos de banda e público? Hoje em dia as pessoas estão mais simpática ou invasivas?


JG - Eu gosto do fato de que estes dias é mais fácil de obter feedback e contato com o público devido à Internet. Estamos mais conectados do que nunca para os nossos fãs! A maioria das pessoas são amigáveis ​​e respeitosas.

TGZ – E o cenário fonográfico com downloads ilegais? O que pensam sobre isso e o quanto isto afeta o Raven?


JG - Isto afeta a todos. O negócio da música foi reduzida a isso: você faz um álbum como uma ferramenta promocional para vender camisetas! Não tem que acabar assim, mas o negócio da música enfiou a cabeça na areia e agora está sofrendo muito. Então agora o Metal está verdadeiramente "underground" mais uma vez!

TGZ – Hoje em dia que bandas e músicos atuais vocês mais curtem e que músicos do passado vocês continuam curtindo?


JG - Eu não consigo ouvir bastante coisa nova, mas ouvi uma banda do Reino Unido chamado Revoker que é muito legal. Quanto a músicos, qualquer um com talento que pode realmente entreter. Confira cara chamado Tommy Emmanuel. Ele é inacreditável! Eu estou AINDA escutando Slade, Sabbath, Yes, ELP e ultimamente o Loudness!

TGZ – Quais são as influências da banda? Vocês gravaram um cover de Thinn Lizzy, outro do Stepenwolf e outro do Status Quo. Que outros covers gostariam de gravar e porque? Imagino que pelo menos Thinn Lizzy seja uma influencia do Raven...


JG - Bem, temos feito geralmente covers de músicas que costumávamos fazer nos clubes de volta aos anos 70. "The Rocker" do Thin Lizzy era o  1 º single que Mark comprou. A gente costumava tocar "Born to be wild" desde o primeiro dia desta banda e sempre amei o Quo. A música "Space Station # 5" do Montrose foi a última que fizemos. Ela costumava ser tocada no final do nosso setlist quando voltávamos para o bis! Tenho certeza que vamos pensar em músicas mais interessantes.

TGZ – A capa e o título do álbum “All for one” remete aos três mosqueteiros. A literatura ocidental é um passatempo de vocês e também serve de inspiração para letras de álbuns? Não me refiro a literatura e mitologia grega, romana, nórdica ou algo do gênero, mas sim Alexandre Dumas, Shakespeare, etc.


JG - A música foi influenciada por um programa de TV da época chamado de "The flashing blade"!!! Sim, muito Alexandre Dumas! Então, não tanta literatura nos influencia, mas a comédia nos influencia mais!

TGZ – Citei Shakespeare mas a Inglaterra é reconhecida por grandes nomes na literatura e arte, fora as lendas como o Rei Arthur e Robin Hood. Charles Chaplin também era inglês, Arthur Conan Doyle também, Isaac Newton entre tantos outros como Stephen Hawkins. Como é crescer envolto numa cultura tão famosa mundialmente e como vocês veem o sucesso dos livros de Harry Potter? Ah, o que acham do grupo Monty Python?


JG - Nós tivemos a sorte de ter vindo ao mundo na Inglaterra, com sua rica cultura. Eu amo os livros de Harry Potter e filmes... magia, no melhor sentido da palavra. E é claro que o MONTHY PYTHON DETONA!

TGZ – Acham que a monarquia serve para algo? Aos olhos do mundo, um país tão antigo e tradicional como a Inglaterra, que foi um dos aliados contra o nazismo e que gerou a princesa Diana acabou perdendo o brilho com tantos escândalos na realeza britânica e com a crise mundial? Qual a opinião de vocês sobre isto?


JG - Eu acho que a monarquia está em evolução. E apenas como uma atração turística ajuda a trazer um monte de dinheiro para o Reino Unido.

TGZ – Quais os passatempos e gostos da banda? Gosta de pescar, caçar ou acampar? Que tipos de atividades vocês gostam como assistir filmes, esportes, colecionar, pintar quadros, etc?


JG - Ah, várias atividades. Ginecologia amadora. Experimentos científicos com meias do Joe. Discutir longamente as diferentes loucuras do dia e os filmes habituais. E a MÚSICA!

TGZ – Vocês acompanham ou procuram saber sobre a cena mundial do Heavy Metal atual? Acompanham as críticas ao New Metal e as coisas relacionadas ao cenário do Black Metal como queimar igrejas, blasfêmias, assassinatos de músicos, etc?


JG - Não! Não estamos interessados nisto nem um pouquinho!! Não tem muito a ver com a música, tem??

TGZ – A banda surgiu tocando covers de Deep Purple e Status Quo. Imagino que tenham assistido muitos shows destas bandas. Que bandas vocês gostariam de assistir show e que bandas gostariam de dividir um palco num festival?


JG - Eu adoraria ver o Slade numa outra formação!

TGZ – No final dos anos 80 o Raven lançou os álbuns "Stay Hard" e "The Pack Is Back" não tiveram muita aceitação dos fãs. O que levou vocês a tomar um direcionamento diferente no som que faziam? Foi por causa da gravadora Atlantic Records e empresários não é?


JG - Sim! E quando você está vivendo com uma pequena quantidade de dinheiro e promessas são feitas, você pode tomar algumas decisões não muito boas. Hei, nós aprendemos muito e, em seguida, fomos em frente!

TGZ – Li numa entrevista que a gravadora mudou alguma coisa no som destes álbuns que citei na pergunta anterior. Eles chegaram a mostrar o álbum para vocês antes de lançarem e falaram “é assim que vai ser!” ou lançaram sem avisar?


JG - Bem... no álbum “The Pack is Back” a mixagem ficou muito leve e popular a pedido da gravadora!

TGZ – Sobre essa coisa de gravadora exigir a mudança do som da banda, também li John comentando que não poderiam soar como Britney Spears, mas o Children of Bodom gravou uma música de Britney Spears e o Gamma Ray  uma música do pet Shop Boys. O que acham de bandas de Metal, ainda mais uma como o Children escolher uma artista pop como a Spears? O Raven poderia gravar um cover de alguém como Prince ou Michael Jackson por exemplo?


JG - Sim, nós certamente poderíamos gravar! Mas, apenas para fazê-lo por uma questão de ser sem sentido... Bom, isto depende da música. Às vezes gravar um cover que é muito inesperado pode funcionar e ser legal!

TGZ – Quando teremos outro álbum ao vivo como o excelente "Destroy All Monsters - Live In Japan"?


JG - Eu não sei. Estamos tocando tão bem ultimamente que é uma idéia que estamos pensando. Vamos ver! Atualmente estamos trabalhando em um DVD que aborda um retrospectivo da banda com um monte de cenas ao vivo e em estúdio. Esse DVD será MATADOR!!!!

TGZ – Mensagem final para os leitores e nos veremos no dia 17, aqui em São Paulo!


JG - Tudo de bom para todos vocês. Vamos nos ver logo para chutar o seus traseiros!! Felicidades!