1 de junho de 2012

Obituary, Acheron, Headhunter DC, Cruscifire


Local: Hangar 110 (São Paulo/SP)

Data: 14 de Abril de 2012

Nesse dia havia mais dois show interessantes em São Paulo dos quais o que mais me interessava era o Queensryche, que não consegui pedi credencial a tempo, mas que a resenha você pode ler aqui no Rock On Stage e graças a Tumba Productions eu consegui credencial para esse show...


Nunca vi o Obituary em ação mas os vi dando entrevista na última vez que eles passaram pelo Hangar 110 e gostaria de conferir o som sujo deles. Desta vez saí cedo de casa para chegar a tempo e ver todas as bandas, pois a banda de abertura era o Cruscifire, que gosto muito e já vi alguns shows deles. O outro seria o lendário Headhunter DC, oriundos de Salvador, capital da Bahia.

Cruscifire
O show começou por volta das 19:30 e o quarteto de cabelo curto do interior de Sampa, Cruscifire, ficou um pouco esprimido no palco onde já havia uma bateria para as demais bandas, sendo que a bateria deles ficou do lado direito do palco do ponto de vista da plateia. Eles agitaram pouco devido ao espaço, mas creio que esse pouco não era desanimador, afinal mexiam a cabeça vez ou outra, coisa que se fosse feita com músicos de cabelos compridos pareceriam mais agitados. Mas como a resenha não avalia e nem se importa com o aspecto visual do artista e sim de sua sonoridade, o Cruscifire fez tudo o que sempre faz mandando seu Death Metal competente liderados pelo competente vocalista e baixista Victor Angelotti, que com sua voz poderosa deixa cada vez mais essa banda como um expoente da nova safra de bandas de Death Metal.
Cruscifire

Claro que os demais músicos não ficam atrás e acrescentam muito ao som do quarteto. A breve apresentação deles de um pouco mais de 20 minutos agitou as pessoas ali presentes e fez a noite começar bem do jeito que era pra ser, mas um imprevisto depois do show dos soteropolitanos do Headhunter DC mudaria um pouco essa felicidade geral, que comentarei mais a frente.

Headhunter DC
Uma pequena pausa para que o Headhunter DC se organizasse por trás das cortinas do palco do Hangar 110 e viesse ao palco pronto para animar os bangers ali presente e quando as cortinas se abrem, o público já era praticamente o dobro do final do show do Cruscifire. Os primeiros acordes da introdução começam e o vocalista Sérgio Baloff apresenta a banda dizendo “Nós somos o Headhunter DC, em luto profano por Deus” e como nunca vi um show deles imagino que essa apresentação já seja famigerada entre os seguidores da banda. 

Headhunter DC
Eles começaram o setlist com a ótima "Dawn of Heresy" e até que começaram bem mas um problema de som fazia com que não se ouvissem as guitarras. Lá pros dois minutos de música, Sérgio pediu para todos pararem de tocar e disse: “Parem tudo, vamos começar de novo. Death Metal sem guitarras não dá, né gente?” e o povo se manifestou com gritos e Sérgio ainda continuou dizendo que a banda estava ali para fazer um show decente para todos e que eram headbangers como todos ali e queriam um show decente. Estava mais do que certo. E depois do problema resolvido o show prosseguiu.

Headhunter DC
O Headhunter DC tem uma história grande dentro do cenário nacional e é muito forte na Bahia e tem o respeito do público, claro do público mais decente que não tem preconceitos com Metal feito em alguma terra que gera preconceito como o Nordeste. Como esse assunto dá pano pra manga e pra mim não afeta em nada, a minha primeira impressão da banda foi boa e o som do Hangar estava ótimo. A banda segue seu setlist com "...And The Sky Turns to Black", "Am I Crazy?", "Searching for Rottenness" e "Death Vomit", aproveitando todos os decibéis possíveis e usando o tempo da melhor forma possível. Devido ao probleminha da guitarra que tirou um pouco do ânimo inicial do show, o setlist deles foi reduzido e tiveram que dar lugar ao Acheron. Alguém comentou que isso poderia dar azar ou que não devia se fazer isso... e não é que deu azar... 

Acheron
... quando o Acheron foi ao palco arrumar seus instrumentos a energia elétrica no Hangar 110 acabou pois Eletropaulo, companhia de força de São Paulo estava arrumando algo na rua toda, de forma previamente agendada. Sei disso pois alguém da produção do show tinha um conhecido na Eletropaulo que avisou a todos da produção. Mas só fui perceber isso quase depois de 10 minutos quando comecei a sentir calor e não ouvir música nenhuma rolando na casa. 

Acheron
As luzes de emergência funcionavam e o que nos restou fazer foi sair na rua e esperar a energia voltar. Ah, lá fora estava um clima bom e eu fiquei sabendo de gente que passou mal ali dentro e um conhecido meu ficou em seu lugar costumeiro esperando a luz voltar. Disseram que a energia iria voltar em uma hora e foi exatamente uma hora que esse probleminha durou. Por volta das 22:05 horas ouviram-se gritos vindo de dentro do Hangar 110 e os olhares se voltaram para a porta, onde notava-se que a energia tinha retornado. O pessoal entrou logo ainda sentindo um pouco do calor pela falta de ar condicionado e entraram sem bagunça e o Acheron finalizava o som no palco que tinha sido interrompido pelo apagão. 

Acheron
O líder, vocalista e baixista Vincent Crowley soltou um “God is dead” para testar o vocal e logo depois a banda começou seu setlist com "Legion of Hatred" e logo em seguida "Thou Art Lord". Depois emendaram "Church of One" e "The Apocalipse", seguida pela clássica "Ave Satanas". O povo agitava e pogava, mas a banda não me impressionou tanto assim. Vincent então resolve falar com o público fazendo uma declaração e um discurso até que esperado. Perguntou quem estava com a bíblia ali e mostrou uma tão pequena quanto as distribuídas pelas testemunhas de Jeová e a medida que ele falava ia rasgando a bíblia e jogando pro público.

Acheron
Eles tocam fogo no setlist com "Fuck The Ways of Christ", seguida por "I Am Heathen", que é do último álbum da banda e tocaram a inédita "Satan holds Dominion", música nova que sairá no próximo álbum deles. "Lifeforce"  e "Prayer of Hell" encerram o show deles e o destaque fica para Kyle Severn, que já tocou no Brasil junto com o Incantation.

Aquele problema de queda de energia alterou e muito o rumo do show e como era no sábado e o metrô fechava a 1:00 hora da manhã, daria ou poderia dar tempo do pessoal ir embora, por isso algumas pessoas, eu inclusive, torcia para o Obituary entrar logo e fazer um setlist de no máximo 80 minutos. E lá vem eles para os cerca de 80 minutos que eu torcia. Fiquei sabendo depois que a banda estava sozinha no país sem técnico de som, tour manager ou alguém acompanhando a banda diferente do Edu Lane, produtor do show. Isso que é viver no underground sem reclamar.

Obituary
Ouvia-as os ajustes da guitarra por trás das cortinas e logo percebi que o timbre era o que conheço há anos e lá vem eles abrindo o show com a instrumental "Redneck Stomp" sem a presença do vocalista John Tardy, que adentrou ao palco na segunda música "On the Floor". Depois a banda vem com Internal "Bleeding", "List of Dead" e "Blood to Give". Ah, estava tudo perfeito e mesmo sem Ralph Santolla na guitarra, seu substituto, Lee Harrison, que é baterista da banda Monstrosity, fez seu papel muito bem.

Obituary
O pessoal que estava impaciente pelo começo do show e horário de ir embora esqueceu um pouco disso para ficar não só curtindo o show mas sentindo a presença da banda, ainda mais porque o baixista Terry Butler que já tocou no Death, além do Massacre e Six Feet Under estava ali no palco, pertinho de todos. E por falar em perto de todos, dois integrantes do Acheron apareceram na entrada para onde fica a mesa de som e acesso para os camarins tirando fotos com os fãs e querendo dar atenção especial para algumas fãs... mulheres. Teve uma que achou que ele estava escolhendo demais, analisando demais e auto-estima da moça mandou que ela voltasse pro show reclamado pras amigas que ali estavam parecendo carne de açougue sendo escolhidas. Tá certa ela, ué!

Obituary
O show continua com "Chopped in Half", "Turned Inside Out"  e "Dying", três clássicos dos anos 90. "Threatening Skies", "By the Light" e "Find the Arise" vem na sequência, para tocarem então o cover do Celtic Frost "Dethroned Emperor" onde o pessoal agitou muito. Com cover ou sem cover o show teve uma intensidade constante e para animar, o clássico "The End Complete" vem logo na sequencia, seguida por "´Til Death, Slow Death" e "Evil Ways" finalizando o show com "Slowly We Rot". O show acaba por volta das 0:48h no relógio do Hangar e nada slowly (devagar) algumas pessoas já se mandam para o metrô e eu fui um deles junto com uma headbager conhecida, mas antes me despedi de algumas pessoas e acabei me atrasando. Quando cheguei no metrô tinham acabado de trancar a catraca, liberando para três headbangers que estavam no show e compravam o bilhete de metrô durante o fechamento da catraca. Pra minha sorte peguei ônibus e consegui chegar em casa. Apesar do atraso chato de uma hora e contratempos na hora da saída, foi uma noite intensa, bem aproveitada com um show com 4 bandas que mandam bem. Mais um show da Tumba Productions que valeu a pena. Que venham outros!!!