São 8 miasmas cancerígenos emanados desse pequeno caixão, 2 de cada banda, numa puta produção gráfica e sonora que bota muito selo grande (inclusive selo gringo) no bolso.
Insolitum, Death Invoker, Pathogen e Necroccultus são as 4 aparições aterrorizantes desse split.
A primeira citada, oriundos de Brasília (terra do Death Metal nacional) faz aquele DM arrastão e cantado em português; “A Morte” e “Guerreiros das Estepes” são seus cânticos, numa sonoridade cativante (no “bom sentido” heheh), ou melhor dizendo, agonizante. Uma das letras fala sobre Gengis Khan e o Império Mongol, muito fudido! Essa letra me fez lembrar o Bolt Thrower, embora o som vai mais naquela pegada do Death Metal finlandês, algo muito comum nas bandas de Brasília (não sei se intencional ou não), mas também daquele típico som arrastão que bandas aqui no BR faziam nos anos 90, daí isso pode ter soado naturalmente já que embora a banda não seja tão velha os caras são da época.
Os filipinos do Pathogen estão cada vez mais sórdidos, nas faixas aqui (“Slaves of Belial” e “Tenebrae Infinitum”) você vai sacar uma influência fudida de Hellhammer e Celtic Frost, até mesmo do Dark Throne na fase DM, ou até influencia de “In the Shadow of the Horns”, por exemplo... Achei interessante porque eles geralmente tem aquela pegada mais “american way of death” e soaram bem diferentes agora.
Death Invoker, do Peru, quem já conhece sabe que manter a tradição do DM sul-americano como Sarcófago, Hadez, Sex Trash, Sepultura, ou algo do antigo Mortem é a missão dessa banda... “Death to Traitor” e “Death Devotion” são suas sentenças.
Por fim, pra fechar o caixão com chave de osso, os mexicanos do Necroccultus, perpetuando duas doenças de cemitério batizadas como “Old Coffin Miasma” e “Horrid Plasmation”. Eu já estava ansioso por uma nova aparição desses cães profanos com aquele típico DM sujo e primitivo do “terceiro mundo”!!! Algo que todos entendem, mas só nós sabemos fazer na medida certa, se é que me compreendem...
Vale muito lembrar que esse material é também conceitual, pois toda sua arte gráfica remete a guerra entre as forças pagãs indígenas contra os bastardos da cruz europeus.
Lendas como o Mapinguari tem referência nesse CD, onde pode-se notar o sacrifício dos invasores cristãos em oferenda a essas entidades das obscuras matas, numa fodástica releitura do quadro da primeira missa no Brasil, agora na profana versão de Diogo Lobo Ferreira (o cara tem mesmo as manhas e a referencia no desenho do “olho” do Mapinguari numa analogia daquele olho da capa do “Cause of Death” foi uma jogada de mestre).
No encarte há uma explicação mais detalhada de todo conceito, do próprio idealizador de tal projeto (Mikael “M. Abominator”) do Arauto da Morte, selo cearense radicado por enquanto no PI em conspiração com o Temple of Bizarre Cult (também do CE) e a já conhecida Sociedade dos Mortos (Brasília).
Saliento que o preço do material está ótimo (35 bozos eu acho), duvido você achar mais de 3 selos aqui no BR vendendo a esse preço, numa época em que o que vale é extorquir usando a paixão que temos a musica do caos.
A parte negativa acho que o excesso de informação, aquele poema “Miasma de uma dor de árvore” de autoria do brother João Henrique (finado Máscara de Pele Morta Zine) talvez ficasse melhor num fly e não no encarte. Também, algo que me deixou um pouco confuso foi que em minha opinião, os selos podiam ter ido atrás de bandas que tem algo mais haver com essa temática, como o finado Diorese ou Posterus Verum, sei lá... Aquela faixa “outro” que finaliza o material, embora tenha ficado muito foda (claro que ficou foda, afinal foi feita pelos endiabrados do Denied Redemption), podia passar despercebida aqui.
Por fim, não espere nesse split 4 way por bandas cheias de exibicionismo feitas por hipsters “exót(ERI)icos”, ou death metallers rock – stars, nem universitários curiosos por um “som diferente”. Aqui você terá coisa de Deathbanger pra Deathbanger!! Apenas isso...
arautodamorterecords.com.br/Antigos-Rituais-de-Culto-a-Morte
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