11 de setembro de 2018

MARE “Ebony Tower” (Terratur Possessions/2018)

Banhado em sangue, veneno e enxofre “Ebony Tower” vai muito além de apenas música, pois se trata de energias de um universo sombrio e desfigurado, influenciado sob a fumaça de incenso que (im)purifica o ambiente rodeado por cataclismas negativos em forma de corpo presente...


Black Metal feito nos moldes dos anos 90 com características vindas de discos completamente obscuros com má influência de criaturas abnegadas a doutrina luciferina. Eu sempre notei traços mais Death Metal dentro das composições do Mare, até costumo dizer que musicalmente, tanto nas linhas de guitarras, quanto no andamento da bateria eles fazem um DM mais escuro, abissal, mórbido...mas com vozes e temas referentes a arte negra. E essa fórmula direcionada pelos membros da ordem, da prosseguimento nesta nova obra.

Ao todo são cinco hinos cobertos de maldade, doença e escuridão pelas vias do Caminho da Mão Esquerda. E a surpresa que me veio aqui, são justamente as vozes utilizadas por HBM Azazil, com vocais de terror propriamente mais voltados ao Death Metal e em outros momentos, cantados como coros gregorianos (direcionados ao mal) que por sinal é muito utilizado em sua outra banda – Dark Sonority.

Os andamentos das músicas estão cada vez mais sombrios e cadenciados, tornando-as, algo mais atmosférico do que agressivo. Mas não pensem que eles modificaram seu feeling natural, até porque, é algo característico do Mare. E todo esse exemplo citado, pode ser conferido em “Flaming Black Zenith”, “Blood Across the Firmament”, “These Foundations of Darkness”, “Nightbound” e “Labyrinth of Dying Stars”.

Creio que seja difícil para mim, colocar uma única música como preferência, até porque, todas me levaram a um clímax atordoante. Mas confesso que “Blood Across the Firmament” teve uma forte influência no espelho sem luz que conjuga minha visão sobre o opus. O tema aqui tem uma abordagem inspirada na torre do ébano, que representa a própria fortaleza do gênio criativo, uma cidadela de retirada e busca introspectiva. Um lugar obscuro e remoto, ainda que inexplicavelmente familiar para o ar pútrido que respira as almas sujas que gravaram as odes. Nisso, além do véu da noite e da luz do dia, jazem os tesouros intocados do subconsciente; o insondável poço das águas da meia-noite que serviram não só como inspiração, mas também como uma homenagem a ÊLE.

Mais informações, acesse: instagram.com/mare_nidrosia