7 de setembro de 2018

FERETRO AVERNAL “A Escuridão Que Nos Envolve” (Unholy War Prods & Distro/2018)

Sob o crepúsculo de uma nova era de sombras que semeiam a escuridão aterradora, lança-se uma nova face, o oculto, os ventos que sopram as ruínas de morte sobre este plano nomeando-a de “A Escuridão Que Nos Envolve”...


Que sem nenhuma surpresa, se trata da nova obra da Féretro Avernal que nesta nova maldição, conjura-se como três almas funestas disseminando maldade durante pouco mais de 20 minutos de obscurantismo e oposição ao cristianismo. 

Eu confesso que já esperava algo tão carregado destes indivíduos, pois o demo “A Treva do Eclipse” demonstrava o talento, ou melhor, o feeling dentro da doutrina Black Metal que eles possuem. BM em sua maligna e majestosa fórmula com atmosfera fúnebre em partes que exaltam o abismo durante passagens cadenciadas e outras de agressividade; o típico Black Metal 90´s que uma parcela digna das bandas brasileiras possuem.

Cantado em português (assim como no seu demo), a compreensão dos hinos se torna ainda mais instigante, e basta ouvir às quatro emanações de ódio para perceber que a cada vez mais, a Féretro Avernal da cabo ao processo de evolução extraindo assim, o melhor dentre as mentes envolvidas.

Abrindo o Ep com “Sob O Olhar da Lua Cheia” já nota-se em seus riffs e mudanças de andamento o quão estas mentes doentias caminharam em dias que nevoas cinzentas cobriam seus passos. E creio que não haveria música melhor para abrir tal obra.

“A Escuridão Que Nos Envolve” tem um andamento que me chamou muito atenção, pois chega a momentos “dramáticos” que exalam enxofre por todo o seu decorrer... O terceiro chama-se “Demonus Proeliis”, que revela sua crueldade para com o bastardo pregado na cruz através de mensagens blasfemas e culto as hostes demoníacas – “...A meia-noite verás, minha face”.

E notoriamente, andamentos variados que vão do mais cadenciado até marteladas impiedosas de Érico Amâncio na sua bateria. Vozes ferozes de André Silva que aqui, assumiu também os vocais, após a saída de A. Gyle da banda. O interessante é que em detalhes, André possui um timbre de voz bem semelhante ao do ex-vocalista, mas com algo em particular, tornando-o um diferencial para com o demo. A última música é “Magna Cosmus”, a mais “slow” do material....o clima aqui é de total escuridão, melancolia, praga, ar poluído... tudo que nos remeta à peso sobre o respirar neste plano. Uma música de mórbida ambiência que certamente marca o que chamamos de simbolismo dentro desta obra.

Guitarras que se dividem entre André (que também conduz o baixo na gravação) e Alexandre em andamentos de (im)puro padecer e desarmonia cativante, junto a marcações arrastadas de Érico. Uma das perfeitas escolhas para o fechamento da obra. Assim como a música em si, a concepção gráfica deste Ep também tem o seu layout como inspiração a arte dos anos 90: frio e sem vida! Em que uma face soturna envolvida por ossos humanos faz referência a nomenclatura da capa.

A ideia para as fotografias dos membros também ficou interessante, por priorizar algo bem ofuscado. Enfim... esta obra vem no velho formato K7 e que em breve sairá também em cd – aguarde pelas trevas em forma de Black Metal!!!

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