Black Sabbath - The End
Estádio do Morumbi - São Paulo/SP, 04 de dezembro de 2016
Texto e vídeo por Lukas Elessar
Fotos por Ana Cristina Cabral
Foram 229 dias de espera desde que comprei meu ingresso para a suposta "última apresentação" do Black Sabbath no Brasil.
Não foi a primeira vez que tive a oportunidade de ver uma apresentação da banda com sua formação original quase completa, mas dessa vez eu não fui sozinho, pois estava acompanhado de minha namorada e de um amigo de infância que veio de Salvador (BA) para ver esse show; Sem contar que me dei ao luxo de adquirir um dos famigerados ingressos Pista Premium, pois como de fato poderia ser a última chance, deveria ser feita da melhor forma possível...
O estádio do Morumbi lotou para conferir a despedida da lendária banda (não que a promessa de um show de despedida fosse justificativa para tal, pois esses ilustres senhores lotam estádios há várias décadas).
A banda paulistana Doctor Pheabes fez a abertura do show; Com suas dançarinas e seu hard/classic rock animado, a banda fez um set curto porém divertido.
Não demorou muito para os californianos do Rival Sons subirem ao palco e uma viagem aos anos setenta começar. Com seu Hard "blues" Rock, o Rival fez uma apresentação marcante e o vocalista Jay Buchanan envolveu toda a plateia com sua performance arrebatadora.
Tenho aqui que deixar bem claro que se ele não estivessem abrindo o show para o Black Sabbath, poderiam muito bem roubar a cena do evento, pois fizeram um show realmente espetacular.
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| Tony Iommi (The End Tour - SP). Foto por: Ana Cristina Cabral |
Com o termino da apresentação do Rival Sons, estava chegando a hora do verdadeiro motivo que levou milhares de pessoas a saírem de suas casas, cidades e estados (senão países).
Caiu sobre o Morumbi um pesado véu de expectativas e enquanto o palco ainda estava sendo preparado, já ouvíamos a voz do nosso eterno Madman Ozzy Osbourne questionando se estávamos prontos e dando suas icônicas gargalhadas, o que obviamente já era respondido com a ovação de todos presentes.
Caiu sobre o Morumbi um pesado véu de expectativas e enquanto o palco ainda estava sendo preparado, já ouvíamos a voz do nosso eterno Madman Ozzy Osbourne questionando se estávamos prontos e dando suas icônicas gargalhadas, o que obviamente já era respondido com a ovação de todos presentes.
E então tudo começou com um clipe um tanto quanto bizarro sendo apresentado ao telão, mostrando "Uma grande figura negra com olhos de fogo", já denunciando a primeira canção: a sombria e densa "Black Sabbath".
Estava na hora de ver onde tudo começou! A própria natureza fez sua parte no espetáculo com uma chuva e vento que causavam um efeito visual singular, foi a introdução perfeita para a primeira canção.
Estava na hora de ver onde tudo começou! A própria natureza fez sua parte no espetáculo com uma chuva e vento que causavam um efeito visual singular, foi a introdução perfeita para a primeira canção.
Dando sequência com "Fairies Wear Boots", que foi cantada junto com a plateia e a empolgadíssima "After Forever" fez o Morumbi inteiro pular e banguear de animação.
Ozzy então anuncia "Into the Void" mas não antes do Mandman cantarolar um pedacinho de "Singin' In The Rain" de Gene Kelly, ironizando a chuva que não dava trégua; Simplesmente hilário.
"Snowblind" protagonizou um dos momentos mais psicodélicos do show, onde junto com as imagens do telão, entravamos em uma verdadeira "viagem astral". Tudo isso recheado de gritos em coro que clamavam pelo nome dos 3 lendários integrantes originais.
Com a performance de "War Pigs" o estádio parecia um local de guerra. Foi um empurra empurra intenso, que graças aos bons deuses do Metal, me deixaram ainda mais próximo do palco. "Behind the Wall of Sleep" antecedeu o clássico "N.I.B." (sem palavras para aquela introdução no Baixo do mestre Geeser), onde tenho que expressar a alegria que é ver milhares de pessoas cantando juntas: "My name is Lucifer, please, take my hand".
Quando Iommi começou a tocar "Embryo" que antecede a canção, eu já não sabia mais se era chuva ou lagrimas que caiam sobre meu rosto. Rolou até mesmo uma pequena roda de mosh nesse momento.
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| Black Sabbath The End Tour 2016 - SP. Foto por Ana Cristina Cabral |
E surpreso mesmo ficou foi o Madman, pois ao retornar ao palco, foi recebido com um coro de fãs cantando Happy birthday, parabenizando o por seu aniversário de 68 anos que havia ocorrido no dia anterior (03/12).
Bem... e pra encerrar o show não poderia ser diferente: "Paranoid", que dispensa comentários sobre seu efeito no público, mesmo com aquele gosto amargo que seria a última canção.
Mas O Fim chegou (Infelizmente sem nenhuma canção do "Sabotage" ou "Sabbath Bloody Sabbath"). Eu particularmente senti um certo pesar ao ver a banda se despedindo com um enorme THE END sendo exibido pelas suas costas. E ao som de "Zeitgeist", a banda deixou o palco em sua última apresentação na America Látina.
Olhei ao redor e o que vi era exatamente a junção de sentimentos que estavam passando por mim naquele momento: Um misto de pessoas sorrindo entre outros chorando. Uma coisa é certa: um mundo sem a expectativa de ver um show do Black Sabbath e um tanto quanto mais triste, porém a mensagem que acredito que eles queriam passar com essa turnê ao lado de uma banda completamente jovem como é o caso do Rival Sons, é que pode até ser o fim do Black Sabbath, mas o Rock e o Heavy Metal jamais terão um The End.
Assistam "Iron Man" na íntegra, captada neste show:
Assistam "Iron Man" na íntegra, captada neste show:
