1 de junho de 2021

EMBALMED SOULS “The Poison in my Soul has no Cure” (Sociedade dos Mortos Prods/2021)

Eu estava ansioso por esse lançamento e posso garantir que a espera valeu cada minuto e cada centavo...


Esse foi sem dúvida um dos melhores lançamentos do selo que já está em atividade nas entranhas dessa música podre a mais de década, e também um dos melhores da própria banda, cujo título da nova demo (que tá mais pra um EP heheh) faz jus, sem sombra de dúvida.

A banda segue agora como um “Power trio” e embora não seja a primeira vez que sofram alterações nos vocais (como nas demos “The Kingdom of Fake Promisses” ou em “Fire and Sulfur Salute You”) e anteriormente essa experiência não tenha sido tão cativante, agora eles acertaram no ponto, encontrando a fórmula alquímica dessa composição macabra, a dose letal que faltava!!

Agora só os vocais do Paulo na substituição que foi feita, fluem como veneno diluído ao sangue e não dá aquela impressão muito comum em bateristas que cantam, aquela coisa meio “travada”, se é que estou sendo claro. Os outros integrantes remanescentes (David e André, os homens das cordas) nem há o que falar, já que eles só se tornaram mais letais com seus instrumentos de tortura hehehe.

No disco 1 são 5 songs, onde logo de cara eu destaco a quarta faixa “I Live where there’s no life” que crava na lápide a identidade da banda, uma mescla entre o Death e o Doom que o Embalmed Souls aprimora cada vez mais, sendo que pra mim uma característica que separa uma banda que será lembrada de tantas outras que serão esquecidas é sem sombra de dúvida a identidade; aquela coisa de você escutar e já saber de quem se trata e não ficar adivinhando quem entre tantas está fazendo aquele som já feito por tantos outros...

Em “The Poison in my soul has no cure” você logo identificará os climas soturnos e macabros de guitarra muito característicos da banda, aquela velha microfonia proposital dos caras, o baixo denso e negativamente carregado, uma outra característica da banda, aqueles chimbais insidiosos que só revelam mais adiante o golpe do martelo nos bumbos, nos pratos e nos seus tímpanos haahaaarrg.

Quanto aos vocais, embora a ausência da vox do Nildo em “Fire and Sulfur Salute You”, tivesse me causado muita estranheza (já que nessa demo ele ficou apenas no baixo, eu acho) pois seu vocal era bem característico, agora as peças dessa nova engrenagem (voz)fazem seu papel e não preciso entrar no mérito de ser “melhor ou pior”, “assim ou assado”, pois se cumpre com o que é proposto, isso que importa. “Let your Soul be possessed”, a primeira faixa, poderia ser “comparada” com algum clássico do gênero, mas ela simplesmente soa da forma que tem de ser, ou seja, como já citado acima, ela (e as outras) são suficientes para identificar quem está tocando.

Um som “Fire and sulfur salute you” entrou nesse play embora vocês já devam saber (isso se forem deathbangers que se prezem e não essa leva de pau no cú leitor de whiplash que apareceu aos montes dizendo gostar da banda...) que é o título da demo anterior e não me pergunte porque só agora está aqui, mas posso garantir que possui uma anatomia fudida e grotesca. A faixa que faz jus ao título (a terceira) é tão foda que me fez lembrar a criatividade de bandas como Katatonia, Unleashed, Paradise Lost...

O disco 2 conta com 10 faixas que são na verdade um ensaio para o show daquele live no DVD de 2010, se não me engano. E confesso que ouvir esse disco 2 me dá um certo desespero em imaginar se algum dia terei ou não a possibilidade de ver a banda ao vivo.

A produção do material em si ficou como tem de ser por parte do selo, pois o objetivo de um encarte é apresentar de forma visual o trabalho proposto e o que esse selo envolvido naquilo tem pra oferecer; as informações técnicas, letras e fotos da line-up que gravou o trampo, sem contar o pôster e o botton nas primeiras cópias, tudo isso só eleva o nível da Sociedade dos Mortos.

Mas o lado negativo (num mal sentido ehehhe)fica pra a arte gráfica e isso tem mais haver com a banda do que o selo em si, pois a arte desse CD ficou muito “computadorizada” e por que não “meio colorida e alegre demais”, aquela coisa bem “Iron Maiden” (up), principalmente na folha do verso do encarte que fica no fundo do Box do CD; que porra é aquilo?!

A banda já foi mais criativa em relação a capas/contra capas, embora essa parte nunca foi muito o “ponto forte” da Embalmed Souls rsrs, mas isso é só um detalhe que JAMAIS irá afetar o todo que a banda representa, só uma sugestão mesmo pra que os caras façam algo que combine com a música tão magnífica e doentia deles. Deixe o culto bizarro batizar sua alma perdida!!

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