26 de fevereiro de 2018

Moonspell sobre 1755: “As pessoas entenderam que ele precisava ser cantado em português”

Fernando Ribeiro, líder e vocalista do gigante português Moonspell concedeu entrevista à tcheca Spark TV, e comentou o álbum mais recentes da banda, "1755", lançado em 3 de novembro de 2017 pela Napalm Recs. 

Logo de cara, o entrevistador quis saber se Fernando ficou espantado com toda a repercussão que o disco teve na imprensa e diante dos fãs em todo o mundo. Vale lembrar que as letras criadas para "1755" estão em português, o que poderia dificultar a assimilação por boa parte do público...


“Tivemos uma resposta muito boa”, declarou o vocalista. 

“Às vezes, as coisas são um pouco mais cínicas, mas, obviamente, não é tudo em preto e branco. [Algumas] pessoas adoram e [outras] pessoas não acharam que fosse tão especial. Eu acho que nosso objetivo como banda foi o de contar a história do terremoto de Lisboa em 1755, uma história sobre Portugal. Não podíamos prever que a história seria para algumas pessoas quase uma ficção, mas realmente aconteceu em nosso país, 262 ou 263 anos atrás. 

Se você me perguntar, eu definitivamente esperava isso, pois era um álbum em português, então você nunca sabe. Eu acho que as pessoas gostaram, e, de certa forma, isto validou nosso esforço em contar a história, porque o álbum é em português, você é da República Tcheca, e o disco não está narrando a história em inglês. Poderia haver mais barreiras linguísticas, mas as pessoas entenderam que é um álbum conceitual que teve que ser cantado em português. Esse foi provavelmente o maior ponto de interrogação. Penso que ainda é um álbum do Moonspell

É muito intenso, é muito dramático. Como eu disse, está tudo orientado para contar histórias com a música, então eu estou muito feliz que as pessoas gostem”.

Seguindo adiante com a temática de "1755", Fernando abordou também o aspecto teatral dos shows do Moonspell para esta nova turnê:

“Espero que não fique muito cafona. Penso que "1755" tem muito a ver com o teatro. Essa foi uma das referências que usei. Não fazer uma ópera metal ou uma ópera rock, acho que isso é algo grandioso demais para nós, de certa forma. Mas, teatro à maneira do antigo teatro grego, com um coro, com alguém narrando, com alguém atravessando as ruínas com música que identifica os elementos naturais, mas também os elementos das ruas, então, acho que é definitivamente mais teatral. Eu realmente não sei o que isso significa, é apenas algo que fazemos.”

“Tocamos mais de "1755" do que qualquer outro álbum nesta turnê”, ele continua. 

“Mas, é um show que desenhamos na nossa mente para levar a história para as pessoas. Sim, é um show de metal, elas podem bater cabeça, elas podem fazer ‘mosh’, mas espero que não inventem nada para o terremoto como fizeram pelos Vikings. Você vê milhares de pessoas, ou centenas de pessoas, e isso é uma coisa com que ainda tenho que me acostumar [referindo-se ao “Viking rawing” que às vezes acontece durante os shows do Amon Amarth]. 

Sim, levar as pessoas para algo mais dramático ou teatral, é exatamente o que tentamos fazer na turnê "1755".”

"1755" narra a história do Terremoto de Lisboa de 1755, também conhecido como O Grande Terremoto de Lisboa, que ocorreu no Reino de Portugal. Em combinação com incêndios subsequentes e um tsunami, o terremoto quase destruiu totalmente Lisboa e áreas adjacentes.

Moonspell passa pelo Brasil com a sua nova turnê em abril.