7 de julho de 2015

PARADISE LOST "The Plague Within" (Century Media Recs/2015)

Quando o Paradise Lost finalizou a tournée de divulgação do seu então quinto e mais bem sucedido álbum de estúdio "Draconian Times" (1995) estava cara a cara com um dilema desafiador: Elaborar um novo disco para superar aquele que o havia projetado ao panteão dos grandes nomes do Metal mundial...



Como "ser criativo" e até "corajoso" sempre foram (felizmente) suas principais virtudes, o quinteto britânico não teve "receio" de permitir que sua veia gótica os influenciasse ainda mais no álbum que pode ser considerado um divisor de águas em sua trajetória, o sexto disco "One Second" (1997).

A partir desta fase o Paradise Lost seguiu essa linha gótica nos álbuns sucessores, "Host" (1999) e "Believe in Nothing" (2001), "suavizando" ainda mais seus riffs e de certa forma perdendo um pouco do lado sombrio e pesado característico de sua música, o que levou alguns fãs a tecerem duras críticas ao andamento musical que estavam conduzindo o seu trabalho, porém, numa análise mais criteriosa, fica claro que "seguir simplesmente um padrão" nunca foi a proposta da banda.

Do mesmo jeito que gradativamente o Paradise Lost foi "suavizando" sua música, começou a fazer o caminho inverso e também de forma gradativa recorreu ás suas raízes pesadas e melancólicas e foi dando o passo a passo até resgatar de vez essa veia tão apreciada por seus fãs mais antigos a partir do álbum "Symbol of Life" (2002) e nos álbuns que seguiram: "Paradise Lost" (2005), "In Requiem" (2007), "Faith Divides Us - Death Unites Us" (2009), "Tragic Idol" (2012) e o mais recente e aclamado, "The Plague Within" (2015).

Estes últimos trabalhos, mais precisamente os três últimos, resultaram numa fase muito apreciada e muito bem elogiada pelos antigos fãs do Paradise Lost, o que credencia e confirma e veia criativa de uma banda que está prestes a completar trinta anos de história, mas sem nunca permitir-se cair na armadilha de virar clichê de si mesma e tendo sempre a coragem de não repousar confortavelmente no status quo do que seus fãs ortodoxos esperam, mas que, seguramente, se houvesse uma repetição insistente de "fazer sempre o mesmo" com certeza não apreciariam como apreciam seu trabalho.

"The Plague Within" está, seguramente, entre os melhores álbuns do estilo lançado nos últimos anos, com um conceito de reunir todas as influências e propostas do Paradise Lost em sua história (sem forçação de barra, vale ressaltar), desde o Death/Doom dos primórdios "Lost Paradise (1990) e "Gothic" (1991),  passando pelo Heavy Doom "Shades of God" (1992), "Icon" (1993) e "Draconian Times" (1995), até o Gothic Metal (dos álbuns acima citados) de uma forma muito bem inspirada e com o feeling certeiro na memória e no coração de seus apreciadores.

Não gostaria de destacar canções deste play, mas difícil não memorizar eternamente as melodias de "No Hope in Sight", "Terminal" e a triunfal "Beneath Broken Earth". 

O Paradise Lost não está "de volta" como já ouvi em alguns comentários, o Paradise Lost confirma sua presença na história das grandes bandas que fazem música por arte e sentimento.


        



* O Paradise Lost será headliner de uma das noites do Overload Music Fest 2015, festival que será realizado nos dias 05 e 06 de Setembro de 2015 em São Paulo/SP, além de se apresentar junto com o Anathema em Porto Alegre/RS dia 07/09/2015 e Rio de Janeiro/RJ dia 08/09/2015, clique aqui para mais detalhes.