25 de maio de 2015

HAMMERGOAT (São Paulo / SP - Brasil)

Holocausto anti-humanista em forma de música degenerativa complementada por idéias históricas tão atuais quanto sua explosão sonora.

Hammergoat é a cinzenta poluição dos dias e não maquiam os seus desejos durante este atentado: a extinção definitiva de tudo que respira.

Avesso como sempre as idéias modernas, Caio Bildner fala a respeito da arrogante arma que conduz e não mede palavras para denegrir o patético senso condescendente...




TGZ: Saudações Caio Bildner. Para novamente espalhar o caos pela terra, propagaremos a discórdia nesses questionamentos... Iniciando, comente a respeito do principio deste maligno projeto chamado Hammergoat, explicando tudo que gira em torno de tal insígnia da arte misantrópica.

Caio 
BildnerHail´z, nobre aliado! O Hammergoat teve seu início em meados de 2008, quando da necessidade de seus mentores criarem algo mais extremo e cru do que já executavam em seus demais projetos. Surgiram às idéias, registraram-se os ensaios e o consenso quanto ao poderio dos sons fez com que o negócio fosse encarado com o objetivo de realizar registros oficiais.

Lançamentos:
 "Goat Hammer Chainsaw": Dt-Reh (Pure Evil Prods. – Brasil); "Regeneration Through Depopulation": Cd/Tape (Hammer of Damnation Rex. – Brasil); Hammergoat/Evil/Dethroned Christ: Split Tape (Hammer of Damnation Rex. – Brasil); Detonator666/Hammergoat/Tundra: Split Cd/Tape (Hammer of Damnation Rex. – Brasil).

TGZ: A horda é composta por assassinos que participam de atos hediondos em outras hordas contigo. Certamente, essa aliança entre vocês, tenha sido perfeita para executar, os sons bestiais do Hammergoat...

C.B.: Justamente por contar com companheiros meus de outras bandas, o entrosamento e a rapidez em buscar algo diferente de nossos projetos principais, fizeram com que os hinos fossem elaborados dentro de nossas aspirações.

Não acredito na perpetuação do Hammergoat sem os membros atuais: C.B. - Armageddon Roaring Skulls and Proclamator of Evil Spells; L.C. - The Four Blades of Demonic Vengeance and Hellish Warfire; F.S - The Six Disharmonic Choirs of Annihilation and Mayhem.

TGZ: Em uma foto da horda, é mencionado que a mesma é praticante do estilo sonoro Bestial War Metal Of Death sociopata e disseminador do caos! Sei muito sobre o conhecimento/afinidade de vocês para com o estilo War Metal, pois desempenham atividades em outras hordas que também expõem o mesmo tema sonoro. Todavia, creio que praticar este estilo no Brasil seja algo bastante pessoal, pois é uma arte pouco reconhecida por aqui e creio eu, mais voltada para quem se identifica com a temática sobre destruição?

C.B.Como um dos membros possui um selo e estamos com uma estabilidade financeira a qual nos permite fomentar nossas aspirações sem depender de terceiros, estamos pouco se fodendo quanto à aceitação ou apoio... O War Metal realmente é pouco disseminado aqui no país, justamente por conta das pessoas se preocuparem quanto à acéfala associação com o nacional socialismo... É sempre uma preocupação exacerbada quanto ao que os outros vão pensar, caso eu me comporte de maneira diferente da maioria... Entende? O Hammergoat é um projeto bem egoísta, até mesmo ego centrista... ahahahah.


(N do E: Entendi o que você disse em sua pergunta e vou além afirmando que 80% deste movimento que chamam de “underground” agem dessa forma: “o que os outros vão pensar a respeito de minhas atitudes – ou falta delas!” [hahaha]. Quando se tem opinião e vive fora de todo esse lixo comunitário, você é criticado e tachado como arrogante e vira alvo de bombardeios vindos dos fudidos guerreiros blackmetalles de rede sociais caçadores de videozinhos e de troca de e-mails e manifestos decadentes de auto-piedade dizendo as seguintes frases: “saudações guerreiros e guerreiras do círculo negro”, “saudações a todos os reais bangers que defendem um ideal” dentre outros blá, blá, blá para criar uma comoção ridícula entre mais e mais dementes que querem ter um trilhão de amigos apulso! Foda-se opiniões.)

TGZ: Percebo que o Hammergoat tem um forte ideal, que através das idéias de seus membros, executam atos repulsivos a sociedade. Plantar a semente do mal durante atitudes violentas, invasões a cemitérios, palavras de humilhação ao humano altruísta é a possessão que emerge o poder de guerra da horda? E o que acham de ferir os sentimentos filantrópicos da humanidade ao adentrar o lugar onde seus entes queridos foram enterrados?

C.B.: Cara, com a idade avançando, nós estamos cada vez mais misantropos e impacientes com os demais de nossa espécie... Não há mais disposição para escutar e ler abobrinhas, permanecemos grande parte do tempo reclusos, já que não compactuamos com a acefalia e a ignorância do pseudo-radicalismo atual. Muito se fala em atitude, muitos se digladiam sem ao menos entender a concepção e o porquê...  Esse é o estímulo diário para criar algo extremamente aversivo e odioso! Poucos compactuam com nossas idéias, mas são exclusivamente esses os quais desejamos atingir...

TGZ: Observando os títulos dos hinos entoados pelo Hammergoat, vejo que o lado ideológico da horda, é construído com a temática de guerrilha. Mas, usando o lado agressivo e histórico deste tópico - não o lado pacifista e protestante como algumas bandas mencionam em suas letras benignas. Entretanto, de onde vêm tais estudos e o que motivou este fascínio sobre a temática guerra?

C.B.: Como as letras sou eu quem elabora, e a minha aptidão sempre foi escrever sobre o assunto, procurei focar nas doenças as quais geram a degeneração do ser humano. Tudo o que faz o ser humano sofrer, bem como o que presenciamos no dia-a-dia, estimula a criação do som veloz e barulhento, além do direcionamento das letras.

TGZ: “Euthanasia”, “Paranoid Schizophrenia”, “I am a Sociopath”, “Ode to Suicide”... são alguns dos hinos que formam a artilharia anti-humana da horda. Vejo que tais hinos tratam de doenças adquiridas por conseqüência de atos violentos e tratamentos dolorosos no estado terminal de um ser humano, bem como loucura e atitude homicida contra o seu semelhante. Mas o que realmente estes hinos mencionam em suas letras? Pois até o exato momento, não houve nenhum material da horda que tivesse as letras das músicas no encarte! Diga também o porquê de não disponibilizar as letras das faixas de seus materiais. Pois com as mesmas em mãos creio que a compreensão seria maior de quem se interessa pelo propósito do Hammergoat?

C.B.: Você conseguiu realmente identificar o que há por trás das letras e ideologia da horda. As letras são extremamente pessoais e não me importo se as pessoas entendem ou não... O meu desejo foi retratar as diferentes doenças e suas conseqüências ao podre e fraco ser humano. Todas as suas inovações, aspirações enquanto ser que pensa vão todas por água abaixo quando dissertamos sobre algumas enfermidades... Vislumbrando essas, vem a atestação de que nós iremos provocar o fim da humanidade, desenvolvendo elementos os quais denigrem a estrutura do mesmo, sem opções... Quanto mais evoluímos, mais chegamos próximos do fim...

TGZ: “Regeneration through Depopulation...” é um petardo violento e coberto por uma atmosfera de terrorismo e extinção humana. Vocês estão satisfeitos com o que foi desenvolvido em tal obra? Você acredita que este debut tenha alcançado o feeling de violência pretendido/almejado por toda a horda?

C.B.: Eu fiquei muito satisfeito com o resultado do álbum. Tudo o que almejava e por conta do pouco tempo disponível, consegui enxergar no resultado final deste artefato. Como sempre os trabalhos apresentam uma involução óbvia, o último trabalho – Three way split cd com o Detonator666 e Tundra apresentam elementos mais maduros no som... É a involução natural das coisas.

TGZ: A produção deste álbum é bastante simples. No entanto, tem uma carga bem sanguinária e uma forte ligação com o clima de terror. De onde foi extraída a idéia para a arte deste álbum? E também... Vocês devem ter um fascínio bastante forte por peças antiga do Underground. Certamente, este deve ter sido o prazer por, ter gravado o insulto “Black Vomit” do Sarcófago, correto?

C.B.: Eu e os meus comparsas viemos da velha escola do metal extremo, onde o cara tinha que tocar realmente o seu instrumento, e os erros, por conta da técnica pouco apurada, sempre foram sobrepostos pelo feeling absurdo. Em todos os nossos projetos, buscamos inspiração nos criadores, não nos seguidores, e o Sarcófago é um deles... Gravar batera e vocal neste som foi muito prazeroso, pois este, apesar de julgado como clichê pelos moderninhos, sempre foi um dos mais extremos nos quesitos letra e música do álbum "I.N.R.I."

(N do E: Não acho clichê à execução de músicas odiosas vindas do FUDIDO insulto "I.N.R.I.", no entanto, penso que sempre existiram bandas das quais tiveram uma postura também agressiva e de cunho venenoso e também não são reverenciadas. Mas entendo a posição de vocês e acredito que tal atentado, encaixou-se perfeitamente ao álbum... e acredito realmente que os moderninhos colocam essa posição, por conta de não saberem o potencial desse álbum e por conseqüência, não sabem o que é um ato ofensivo e direto; totalmente sem frescuras. Afinal, eles pensam dessa forma por que o senso comum implantou isso em suas mentes deterioradas.)

TGZ: Caio nossa entrevista finda aqui! Saiba que o Hammergoat tem meu apreço e apoio irrestrito. Assim como, todas as facções terroristas a qual participa. Derrame nessas últimas linhas, o sangue dos fracos e faça mais propagandas de terrorismo contra o humano acéfalo!

C.B.: Genilson são poucos os que estão nesta estrada conosco, e estes poucos são respeitados por todos os integrantes dos inúmeros projetos os quais participo. A nossa música sempre é concretizada/idealizada para a satisfação plena de nossos umbigos, mas seria idiota afirmar que não ficamos honrados com os elogios de abnegados que realmente produzem algo. Mantenha-se sempre firme no Front! Estamos em guerra eterna!



N. do E: Essa entrevista fora elaborada no ano de 2011 quando a Hammergoat estava divulgando seu primeiro disco. As questões aqui seriam divulgadas no ultimo número da Supremacia Underground zine, mas como muitos contratempos aconteceram e para que o material não se tornasse defasado, nada tão justo que passá-lo para alguns zines, pois este material ainda se encontra inédito e acredito que tenha muito a interessar, a quem admira a música da banda.