Holocausto anti-humanista em forma de
música degenerativa complementada por idéias históricas tão atuais quanto sua
explosão sonora.
Hammergoat é a cinzenta poluição dos dias e não maquiam os
seus desejos durante este atentado: a extinção definitiva de tudo que respira.
Avesso como sempre as idéias modernas, Caio Bildner fala a respeito da
arrogante arma que conduz e não mede palavras para denegrir o patético senso
condescendente...
TGZ: Saudações Caio Bildner. Para
novamente espalhar o caos pela terra, propagaremos a discórdia nesses
questionamentos... Iniciando, comente a respeito do principio deste maligno
projeto chamado Hammergoat, explicando tudo que gira em torno de tal insígnia
da arte misantrópica.
Caio Bildner: Hail´z, nobre aliado! O Hammergoat teve seu início em meados de 2008, quando da necessidade de seus mentores criarem algo mais extremo e cru do que já executavam em seus demais projetos. Surgiram às idéias, registraram-se os ensaios e o consenso quanto ao poderio dos sons fez com que o negócio fosse encarado com o objetivo de realizar registros oficiais.
Lançamentos: "Goat Hammer Chainsaw": Dt-Reh (Pure Evil Prods. – Brasil); "Regeneration Through Depopulation": Cd/Tape (Hammer of Damnation Rex. – Brasil); Hammergoat/Evil/Dethroned Christ: Split Tape (Hammer of Damnation Rex. – Brasil); Detonator666/Hammergoat/Tundra: Split Cd/Tape (Hammer of Damnation Rex. – Brasil).
TGZ: A horda é composta por assassinos
que participam de atos hediondos em outras hordas contigo. Certamente, essa
aliança entre vocês, tenha sido perfeita para executar, os sons bestiais do Hammergoat...
C.B.: Justamente por contar com companheiros
meus de outras bandas, o entrosamento e a rapidez em buscar algo diferente de
nossos projetos principais, fizeram com que os hinos fossem elaborados dentro
de nossas aspirações.
Não acredito na perpetuação do Hammergoat sem os membros
atuais: C.B. - Armageddon Roaring
Skulls and Proclamator of Evil Spells; L.C. - The Four Blades of Demonic
Vengeance and Hellish Warfire; F.S - The Six Disharmonic Choirs of Annihilation
and Mayhem.
TGZ: Em uma foto da horda, é mencionado
que a mesma é praticante do estilo sonoro Bestial War Metal Of Death sociopata
e disseminador do caos! Sei muito sobre o conhecimento/afinidade de vocês para
com o estilo War Metal, pois desempenham atividades em outras hordas que também
expõem o mesmo tema sonoro. Todavia, creio que praticar este estilo no Brasil
seja algo bastante pessoal, pois é uma arte pouco reconhecida por aqui e creio
eu, mais voltada para quem se identifica com a temática sobre destruição?
C.B.: Como um dos membros possui um selo e estamos com uma estabilidade financeira a qual nos permite fomentar nossas aspirações sem depender de terceiros, estamos pouco se fodendo quanto à aceitação ou apoio... O War Metal realmente é pouco disseminado aqui no país, justamente por conta das pessoas se preocuparem quanto à acéfala associação com o nacional socialismo... É sempre uma preocupação exacerbada quanto ao que os outros vão pensar, caso eu me comporte de maneira diferente da maioria... Entende? O Hammergoat é um projeto bem egoísta, até mesmo ego centrista... ahahahah.
(N
do E: Entendi o que você disse em sua pergunta e vou além afirmando que 80%
deste movimento que chamam de “underground” agem dessa forma: “o que os outros
vão pensar a respeito de minhas atitudes – ou falta delas!” [hahaha]. Quando se
tem opinião e vive fora de todo esse lixo comunitário, você é criticado e
tachado como arrogante e vira alvo de bombardeios vindos dos fudidos guerreiros
blackmetalles de rede sociais caçadores de videozinhos e de troca de e-mails e
manifestos decadentes de auto-piedade dizendo as seguintes frases: “saudações
guerreiros e guerreiras do círculo negro”, “saudações a todos os reais bangers
que defendem um ideal” dentre outros blá, blá, blá para criar uma comoção
ridícula entre mais e mais dementes que querem ter um trilhão de amigos apulso!
Foda-se opiniões.)
TGZ: Percebo que o Hammergoat tem um
forte ideal, que através das idéias de seus membros, executam atos repulsivos a
sociedade. Plantar a semente do mal durante atitudes violentas, invasões a
cemitérios, palavras de humilhação ao humano altruísta é a possessão que emerge
o poder de guerra da horda? E o que acham de ferir os sentimentos filantrópicos
da humanidade ao adentrar o lugar onde seus entes queridos foram enterrados?
C.B.: Cara, com a idade avançando, nós estamos
cada vez mais misantropos e impacientes com os demais de nossa espécie... Não
há mais disposição para escutar e ler abobrinhas, permanecemos grande parte do
tempo reclusos, já que não compactuamos com a acefalia e a ignorância do
pseudo-radicalismo atual. Muito se fala em atitude, muitos se digladiam sem ao
menos entender a concepção e o porquê...
Esse é o estímulo diário para criar algo extremamente aversivo e odioso!
Poucos compactuam com nossas idéias, mas são exclusivamente esses os quais
desejamos atingir...
TGZ: Observando os títulos dos hinos
entoados pelo Hammergoat, vejo que o lado ideológico da horda, é construído com
a temática de guerrilha. Mas, usando o lado agressivo e histórico deste tópico
- não o lado pacifista e protestante como algumas bandas mencionam em suas
letras benignas. Entretanto, de onde vêm tais estudos e o que motivou este
fascínio sobre a temática guerra?
C.B.: Como as letras sou eu quem elabora, e a minha aptidão sempre foi escrever sobre o assunto, procurei focar nas doenças as quais geram a degeneração do ser humano. Tudo o que faz o ser humano sofrer, bem como o que presenciamos no dia-a-dia, estimula a criação do som veloz e barulhento, além do direcionamento das letras.
TGZ: “Euthanasia”, “Paranoid
Schizophrenia”, “I am a Sociopath”, “Ode to Suicide”... são alguns dos hinos
que formam a artilharia anti-humana da horda. Vejo que tais hinos tratam de
doenças adquiridas por conseqüência de atos violentos e tratamentos dolorosos
no estado terminal de um ser humano, bem como loucura e atitude homicida contra
o seu semelhante. Mas o que realmente estes hinos mencionam em suas letras?
Pois até o exato momento, não houve nenhum material da horda que tivesse as
letras das músicas no encarte! Diga também o porquê de não disponibilizar as
letras das faixas de seus materiais. Pois com as mesmas em mãos creio que a
compreensão seria maior de quem se interessa pelo propósito do Hammergoat?
C.B.: Você conseguiu realmente identificar o
que há por trás das letras e ideologia da horda. As letras são extremamente
pessoais e não me importo se as pessoas entendem ou não... O meu desejo foi
retratar as diferentes doenças e suas conseqüências ao podre e fraco ser
humano. Todas as suas inovações, aspirações enquanto ser que pensa vão todas
por água abaixo quando dissertamos sobre algumas enfermidades... Vislumbrando
essas, vem a atestação de que nós iremos provocar o fim da humanidade,
desenvolvendo elementos os quais denigrem a estrutura do mesmo, sem opções...
Quanto mais evoluímos, mais chegamos próximos do fim...
TGZ: “Regeneration
through Depopulation...” é um petardo violento e coberto por uma atmosfera
de terrorismo e extinção humana. Vocês estão satisfeitos com o que foi
desenvolvido em tal obra? Você acredita que este debut tenha alcançado o
feeling de violência pretendido/almejado por toda a horda?
C.B.: Eu fiquei muito satisfeito com o
resultado do álbum. Tudo o que almejava e por conta do pouco tempo disponível,
consegui enxergar no resultado final deste artefato. Como sempre os trabalhos
apresentam uma involução óbvia, o último trabalho – Three way split cd com o Detonator666 e Tundra apresentam elementos
mais maduros no som... É a involução natural das coisas.
TGZ: A produção deste álbum é bastante
simples. No entanto, tem uma carga bem sanguinária e uma forte ligação com o
clima de terror. De onde foi extraída a idéia para a arte deste álbum? E
também... Vocês devem ter um fascínio bastante forte por peças antiga do
Underground. Certamente, este deve ter sido o prazer por, ter gravado o insulto
“Black Vomit” do Sarcófago, correto?
C.B.: Eu e os meus comparsas viemos da velha escola do metal extremo, onde o cara tinha que tocar realmente o seu instrumento, e os erros, por conta da técnica pouco apurada, sempre foram sobrepostos pelo feeling absurdo. Em todos os nossos projetos, buscamos inspiração nos criadores, não nos seguidores, e o Sarcófago é um deles... Gravar batera e vocal neste som foi muito prazeroso, pois este, apesar de julgado como clichê pelos moderninhos, sempre foi um dos mais extremos nos quesitos letra e música do álbum "I.N.R.I."
(N
do E: Não acho clichê à execução de músicas odiosas vindas do FUDIDO insulto "I.N.R.I.", no entanto, penso que sempre existiram bandas das quais tiveram uma
postura também agressiva e de cunho venenoso e também não são reverenciadas.
Mas entendo a posição de vocês e acredito que tal atentado, encaixou-se
perfeitamente ao álbum... e acredito realmente que os moderninhos colocam essa
posição, por conta de não saberem o potencial desse álbum e por conseqüência,
não sabem o que é um ato ofensivo e direto; totalmente sem frescuras. Afinal,
eles pensam dessa forma por que o senso comum implantou isso em suas mentes
deterioradas.)
TGZ: Caio nossa entrevista finda aqui!
Saiba que o Hammergoat tem meu apreço e apoio irrestrito. Assim como, todas as
facções terroristas a qual participa. Derrame nessas últimas linhas, o sangue
dos fracos e faça mais propagandas de terrorismo contra o humano acéfalo!
C.B.: Genilson são poucos os que estão nesta estrada conosco, e estes poucos são respeitados por todos os integrantes dos inúmeros projetos os quais participo. A nossa música sempre é concretizada/idealizada para a satisfação plena de nossos umbigos, mas seria idiota afirmar que não ficamos honrados com os elogios de abnegados que realmente produzem algo. Mantenha-se sempre firme no Front! Estamos em guerra eterna!
N. do E: Essa entrevista fora elaborada no ano de 2011 quando a Hammergoat
estava divulgando seu primeiro disco. As questões aqui seriam divulgadas no
ultimo número da Supremacia Underground zine, mas como muitos contratempos
aconteceram e para que o material não se tornasse defasado, nada tão justo que
passá-lo para alguns zines, pois este material ainda se encontra inédito e acredito
que tenha muito a interessar, a quem admira a música da banda.