18 de janeiro de 2015

PESTIS “We are made of Silence” (Ihells Prods - Holocaust Prods/2014)

Há quase uma década que eu estava à espera de um novo opus da horda Pestis, pois desde Burning Red Flames, notei que a horda se atentou mais a celebrações e também a criação de novas composições, porém, com muitos problemas na estabilidade dos que vieram a integrar a horda...


Claro que outros empecilhos levaram a Pestis ao silêncio por alguns anos, mas acompanhei quase que de perto toda a estrutura da criação de "We are made of Silence" e acredito que tenho respaldo mais que obrigatório para comentar sobre esse disco.

E certamente um play que já abre com um formidável hino (sim, este é realmente um hino para todos os indivíduos que possui o espirito questionador) intitulado de “Holy Mountain” que foi baseado/e adaptado na história do filme de Alexandro Jodorowsky´s, já tem um grande mérito para ser considerado como um clássico por sujeitos adeptos da arte escura! Acredito também que esta é uma composição que se sobressai dentro deste material, tanto pela estrutura instrumental, quanto lírica: e também pela energia fúnebre que ela transmite com sua atmosfera carregada de maldade.

“Bearer of Light” é uma música mais densa, que acredito seguir um pouco mais daquela linhagem instrumental feita no passado pela horda. Já “Alquimia do Fogo” mescla passagens rápidas com andamentos mais cadenciados, no entanto, com um “delay” em partes, que neste caso, acredito que a letra cantada em português não foi uma das melhores escolhas. Achei a mesma desconexa com a parte instrumental, pois algo soa estranho e mal encaixado ali. Talvez ainda seja minha resistência quanto a bandas que procuram experimentar sua língua nativa para executar alguma de suas composições, mas não posso dar uma certeza por eu estar mais adaptado a escutar a Pestis recitando suas letras em inglês, o que aqui, foi algo inusitado para mim...

“We are made of Silence” é a ultima música do disco, com um andamento mais veloz que as anteriores, ela traz consigo todo aquele fervor que é protagonizado por estes maníacos em palcos! O que mostra a energia que será transportada aos devotos que presenciarem uma celebração da horda.

Além das 4 músicas, o material possui faixas multimídia que para ser mais preciso, são 3 vídeos para serem assistidos no computador. São dois vídeos (“Holy Mountain” e “Hold my wings, be my guide”) extraídos do ritual executado em 2010 na cidade de Salvador, e um vídeo-ensaio (“Examination at the Womb-Door”) filmado no Uirapuru Studio também em 2010 na cidade de Feira de Santana.

A qualidade das gravações está num nível de altíssimo bom gosto. Mas não serei hipócrita em dizer que prefiro este clima mais “clean” com músicas mais rápidas, do que aquele ar rude e funesto que tanto admiro em sua tão suja e mórbida primeira demo.

Esta é uma questão pessoal, pois sinto falta de todo aquele clímax espiritual que eu chegava ao escutar a atordoante sinfonia do simbólico BM com andamento mais “slow” que figura no demo Burning Red Flames. Mas, isso não quer dizer que a fórmula usada agora para tocar mais rápido, seja algo ruim na proposta da horda, muito menos procurar uma qualidade melhor para mixagem de suas gravações.

A parte gráfica deste demo consiste numa obra artisticamente sombria, onde mostra uma estrada deserta que propositalmente simboliza o titulo do material. 

Vale ressaltar que este material vem num formato não-convencional e é limitado em apenas 333 ópios numerados a mão! Portanto, deixe de ser mais um vadio que discursa sobre underground, mas prefere ter um HD com centenas de milhares de gigahertz de mp3 em seu PC ao invés de adquirir o original.