

![]() |
Bêlit |
As cidades citadas acima faziam parte de um mundo imaginário que teria datamento histórico no período neolítico e que antecedeu o último degelo glacial. Divulga(va)-se amplamente que a Era Hiboriana, onde Conan e Sonja viviam, existiu há cerca de 12.000 anos A.C. e que o rei Kull vivia 8.000 anos antes deles, na Era Thuriana. Alguns pesquisadores da mitologia do Conan especulam que ele teria vivido cerca de 35.000 anos antes de nossa época e que Kull teria vivido a 100.000 anos, mas uma coisa é muito marcante em relação a civilização hiboriana: ela começa ou termina na época da submersão da Atlântida. Algumas incertezas acontecem na história da humanidade e sempre novas coisas são descobertas dentro daquele período ou fato histórico e o mesmo se aplica ao universo imaginário. Mas há 100.000 anos era a época do Homem de Neandertal que sendo extinto pelo homo sapiens que veio da Asia acabou dando lugar ao surgimento ao homem de Cro-magon, muito parecido com o Homo sapiens atual, que tem um sapiens a mais na denominação. Mas deixemos o papo antropológico de lado e imaginemos que havia humanos como nós nas épocas criadas por Howard, que foi praticamente o fundador do estilo Espada e Magia.

![]() |
Red Sonja |
Robert E. Howard ao lado de J.R.R. Tolkien utilizaram muito bem a sobreposição dos continentes europeu, asiático e africano em suas histórias pois nota-se que a época hiboriana acontecia na África e sul da Europa. A Ciméria ficava aonde hoje é a Argélia um dos países que contém o deserto do Saara, que segundo fatos recentes, na época do último degelo continha muitas árvores, que só cresceram e sobreviveram devido aos ventos frios que vinham do sul da Europa, aonde havia muito gelo. Com o final da era glacial e o gelo recuando para o norte, a vegetação sumiu e criou-se o deserto. Levando em conta esse fato o autor Dale Rippke, um dos escritores de Conan está certo e não mais o seu criador, Robert E. Howard.

![]() |
Valéria |
Howard ficou famoso depois de 9 anos escrevendo e foi justamente com o conto “The Phoenix on the Sword” (A fênix na espada) uma cópia de “By this axe, I rule” (“Por meio deste machado, eu governo”), uma história criada para o personagem Kull que foi rejeitada pelos editores da revista Weird Tales, que era onde Conan estava debutando. Conan foi criado como rei da Aquilônia, mas Howard passou a escrever sobre as diversas fases da vida do personagem: ladrão, mercenário e pirata. Caso você não conheça o universo do cimério e mais sobre ele, Conan não é o tipo de heróis galante e certinho, na verdade ele é um anti-herói, pois roubava, matava e conforme o caso tinha uma vida mundana ao lado de prostitutas bebendo muito vinho. Na época hiboriana a profissão mais antigado mundo existia com certeza, assim como tavernas, moedas, comércio, inflação, sociedade, prisão, crimes, julgamento, jogos de azar, gladiadores e tudo que o mundo moderno conhece das civilizações pós-sumérios. De fato o universo de Conan era muito rico e L. Sprague de Camp e Lin Carter, dois escritores de ficção científica e contos fantásticos, deram continuidade as aventuras do cimério além de compilaram e organizaram os fatos de sua vida, coisa que foi muito bem aproveitada por Roy Thomas, que se tornaria o mentor dos roteiros de Conan para os quadrinhos.




![]() |
Robert Erwin Howard 22/01/1906 - 11/06/1936 |
Se Conan era um bárbaro letrado, ele tinha suas opiniões, e ideias, sendo assim, filosofava e se indagava sobre o aço sendo pelo enigma de seu deus Crom ou afirmando “... ainda não vi nada, neste mundo, que o aço não possa cortar!”, ou pensando na vida da seguinte forma: “Uma coisa eu sei: se a vida é ilusão, eu também faço parte dela; e, sendo assim, a ilusão é real para mim. Eu vivo, estou cheio de vida, amo, mato e sou feliz desta maneira.”, como disse a sua ex-amada Bêlit. Conan é um personagem de um mundo de ilusão, mas ele não se apega a coisas mesquinhas e procura tirar o máximo de si. Se isso serviu como inspiração de vida para os leitores das sagas do personagem, se influenciou de alguma forma, ou serviu de um mero passatempo, jamais saberemos ao certo o que aconteceu e acontece com todos ao longo desses 80 anos de existência do cimério, mas seja como for ele provavelmente viverá após irmos embora daqui. Na primeira edição da revista “Conan, o aventureiro”, o jovem Conan diz a um velho cego que, ao encontrar seu destino iria agarrá-lo pelo pescoço e fazer com que lhe contasse o que estava reservado para ele. Provavelmente pelo menos mais 80 anos de sagas tão boas quanto as adaptadas por Thomas e Buscema, e que Crom carregue todos que não acreditarem nisso!