29 de abril de 2012

Amon Amarth

Local: Carioca Club (São Paulo/SP)

Data: 24 de Março de 2012

Consegui chegar na hora do começo do show, marcado para as 19:30 horas, embora no caminho um fã da banda me disse que o show seria as 20:00 horas e comentei com ele que todas as informações que eu vi indicavam as 19:30 mesmo e cerca de 19:34, quando eu pegava minha credencial na entrada do show, ouvia a introdução e percebi que o show estava começando na hora. Ufa, cheguei a tempo...


Vamos ao show! Eu disse, ou melhor, escrevi “ufa”, certo? Sim, é isso mesmo, mas tenho que dizer novamente: ufa, que calor dentro do Carioca Club. Será que só em shows de Metal a casa não deixa o ar condicionado ligado direito ou quando tem programação normal com pagode, samba ou sei lá o que, a coisa anda direito? Sei lá, mas tinha tanta gente quanto o show do Immortal, que foi no mesmo local.


O show começa com a música... ah, antes que me esqueça alguém mencionou banda de abertura e li por aí sobre isso, mas na verdade era um grupo de performances vikings com lutas, danças, cantos e coisas relacionadas a cultura viking. O grupo se chama Ordo Draconis Belli e demonstrou no palco lutas de espadas fazendo parte do show, mas eu não vi isso já que cheguei no início exato do show do Amon Amarth que agora posso dizer, iniciou-se com a música "War of the Gods" seguida por "Runes to my Memory" e o público já se debatia e agitava com essas músicas e a suadeira estava prestas a começar. Chega a terceira música da noite "Destroyer of the Universe" e é claro que no meio da música com aquele riff pesadaço o pessoal começava a mexer a cabeça mesmo que não quisesse e acompanhavam a cadência da música com a cabeça, como se estivessem falando sim com a cabeça ou então acompanhando com os pés batendo no chão de leve ou as mãos que estavam com o dedão dentro do bolso e na outra mão uma cerveja ou no outro bolso. Foi fácil ver todos esses gestos. Algum poderia estar quieto também mas curtindo o show ao seu modo.

"Live Without Regrets" veio a seguir e logo depois "Thousand Years of Opression", um pouco mais calma, mas mesmo na parte mais cadenciada, lenta por assim dizer, o pessoal sentia a música. Para alguns energia significa música sendo tocada de forma rápida, brutal, etc e para outros o feeling é em qualquer velocidade e cadência. É assim que o Amon Amarth cativa seus fãs e as plateias por onde passa. Aliás, o que tinha de homens com uma barba idêntica ao vocalista indicava o quanto a banda é carismática e “dita modas”.


O show prossegue com a esperada "Pursuit of Vikings" que assisti ao lado da porta de entrada do bar anexo e não me animou muito pois para mim o som ali estava muito abafado, uma porcaria. Vi pessoas comentando que o som estava bom em outro locais, mas realmente ali não estava. Mas com o som abafado ou não, o que a plateia gritou e cantou junto nessa música foi insano. Parecia que era um canto de guerra e todos ali eram do exército do Amon Amarth!!! Há! Há! Há! Coisa de louco mesmo! E pra “piorar” emendam logo "For Victory or Death" e "The Hero" que foram cantadas, ou melhor, bradadas em sincronia com a banda e com a emoção de cada um que a vociferava.

O publico que agitou já estava mais do que suado ou molhado e há uns 10 minutos eu já estava assistindo o show da porta de acesso ao bar do Carioca Club onde o ar condicionado estava ótimo e pude conversar um pouco e ver pessoas conhecidas do meio underground de São Paulo e grande São Paulo. Resolvi entrar no bar e dali ouvia as músicas "Valhalla Awaits Me", "Slaves of Fear" e "Fate of Norns" indo de vez em quando na porta dos fundos do bar ou na porta perto do palco espirar. Eis que espio e ouço "Bleed for Ancient Gods" que começa com um riff tradicional dentro do estilo que já obriga as pessoas a agitarem e se mexerem. Ah, já ia esquecendo de mencionar que o gigante vocalista Johan Hegg, se comunicava com a plateia eventualmente e com sua voz grave e sua presença mais do que notada interava com todos na maior educação, sem intimidar. "Under Northern Star" é a seguinte, o que não chama atenção e logo vem a “Stoner Death Metal” "Free Will Sacrifice" com aquela cadência que lembra muito a distorção de um Cathedral ou Monstrosity.

"Cry of the Black Birds" e "Death in Fire" são as próximas e como podemos notar, muitas elas são do álbum "With Oden On Our Side". Ah, neste caso escreve-se "Oden" e não "Odin"! Provavelmente os vikings falam "Oden". A batalha sonora segue para a vitória com "Victorious March" seguindo para a mais do que esperada "Twilight of the Thunder God" que retirou a energia dos fãs que ali estavam naquela quase sauna para bradar novamente e cantar tão forte quanto cantaram "For Victory or Death" e encerrando a apresentação com "Guardians of Asgaard", outra esperada pelos fãs e um dos hits da noite. Esta música é mais cadenciada do que rápida, e como eu mencionei antes, uma música boa de Death Metal ou Viking Metal não precisa seguir uma linha ou velocidade.

Saldo do show. Para algumas pessoas, ou melhor, muitas, alguns quilogramas a menos pelo tanto que suaram e não beberam. Outras iria com certeza acordar cansadas no dia seguinte e muitos fãs ficaram alegres com a situação. Mas num cenário underground de terceiro mundo ou mesmo sem ser underground tem pessoas que ainda fazem feio fumando dentro do show mostrando a falta de respeito com os outros, afinal em São Paulo existe a lei anti-fumo. Até entendo gente que não deixa os outros passarem pra ficar mais perto do palco, mas por favor, vamos parar para respeitar quem não fuma e também quem não quer agitar e toma cotovelada. Vários caras que estavam com suas garotas ali não gostaram muito de gente esbarrando nelas.

Conflitos sempre começam quando não há respeito mútuo e conflito por causa de mulher geralmente vem com mais potência. Não é porque estou num show de Heavy Metal que tenho que ser empurrado ou quero ser empurrado. Nem eu, nem a minha namorada ou a namorada do outro. Bom, tirando coisinhas ruins que acontecem nos shows, este foi bom, tirando alguns desrespeitos e o som abafado aonde eu estava, sem dizer do calor que afetou praticamente a todos. E Hail to Oden!

Fotos por Leandro Cherutti