26 de agosto de 2011

SODOMIZER (Rio de Janeiro/RJ - Brasil)

Sodomizer e Hellkommander estão na batalha em prol do Metal Underground com fudidos lançamentos e shows insanos!!! O Sodomizer tem mais tempo de estrada e mais materiais lançados e em breve estará em solo europeu para cultos a morte na Itália, Finlândia, Inglaterra, Suécia, Dinamarca e Alemanha... 

Mas o Hellkommander também está preparando seu novo álbum e provavelmente saíra em tournée para divulgá-lo, mas quem melhor pode falar sobre o planos malígnos das duas hordas é seu baixista, o maníaco Fabiano “Leatherface” Teles, confiram:




TGZ – Hail Metal Brother Fabiano “Featherface”!!! Muito foda ter a oportunidade de trocar umas insanas idéias com você representando duas fudidas hordas, o Sodomizer e o Hellkommander!!! E para começar vamos falar do mais Recsente lançamento que traz as duas hordas, o split “Making The Devil Work”, fale como rolou a idéia e com está sendo a divulgação a aceitação deste trabalho:

Leatherface: Salve Elimar King, Genilson Kbelo e toda Gangue do TGZ, pelo espaço aqui novamente. A idéia partiu de mim mesmo. Um split é sempre complicado e tivemos um problema com uma banda que não cumpriu o acordo de enviar sua parte para o split e como isso já havia acontecido antes eu resolvi fazer o split com minhas duas bandas, não haveria desistência (a não ser por motivos de força maior como morte seqüestro, abdução, convocação para terceira guerra mundial, ...), a divulgação está sendo feita pelo selo que lançou ele, a Morbid Tales Recss, estou muito feliz com o trabalho da Morbid Tales e temos conversado regularmente sobre voltar a trabalhar juntos no futuro a respeito de novos lançamentos.

TGZ – Arrrggghhh... ApRecsiei muito esse rachado entre Sodomizer e Hellkommander. Um som fudido com temas sinistros e um fétido cheiro de carne incinerada. Mas o que também me chamou muito atenção, foram os temas que relatam algo macabro como o conto sobre Dr. Faust – “The Call of the Beast” (Sodomizer) - e a história sobre o sociopata Carl Panzram - “Steal, Rape, Kill, Burn” (Hellkommander) - que me conquistaram de imediato! Também posso relatar sobre o trabalho gráfico em tons cinzentos junto ao preto e branco... As colagens de jornais referentes aos sociopatas: Jeffery Dahmer, Charles Manson e Richard Ramirez trouxeram um clima ainda mais realista para o espírito gráfico do cd. Sinceramente, achei bem elaborada, e a capa com o cristo sendo crucificado por estes ilustres seres humanos, também deu uma carga ainda mais matadora para o split, onde foi juntado o real com o mito. Comente a respeito...

 
Leatherface: A letra de “Call of the Beast” foi escrita por Warlock e ele elaborou essa história em cima desse conto do Fausto. “Steal, Rape, Kill, Burn” foi escrita por mim e a letra é em dedicada ao Carl Panzram, um serial killer não tão conhecido mas que foi muito perigoso e causou muitos danos e matou muita gente por onde esteve. As colagens foram idéias minhas, com ajuda do talentoso designer, Marcelo Catacci o qual venho trabalhando regularmente em alguns lançamentos. A capa foi idéia minha e gosto muito do simbolismo dela, Charles Manson diz ser o Jesus Cristo, o quinto anjo do apocalipse o quinto Beatles, portanto está crucificando um impostor, Richard Ramirez é o filho do diabo encarnado então não está fazendo mais do que sua obrigação e Jeffrey Dahmer o canibal se converteu ao cristianismo depois de preso, nada mais justo que provar o corpo de cristo. Se trata, do mal atual, do perigo do dia a dia contra o maior mito da historia cristã, a maior fábula, a maior mentira de todas que a igreja católica empurrou garganta abaixo de todo ocidente jesus cristo, um homem que nunca deixou nada escrito documentado e teve sua história e lendas de todos seus feitos relatado por terceiros, é como se eu tivesse posto Jack o Estripador na História da Chapeuzinho Vermelho, Ele e o Lobo juntos iam fazer altas confusões juntos e a carnificina prevaleceria.

TGZ – Envolvendo este clima macabro sobre sociopatas... Soube que já manteve contato com algumas mentes perturbadas. Mas o que você pode extrair de tais pessoas? Você acha que o convívio social vivido sob a pressão e o medo são uns dos fatores que levam a prática de atos hediondos? Pois apesar de saber que a violência e o pRecsonceito existem em todos os lugares, percebo que a vida ai no Rio de Janeiro é bem turbulenta e o sensacionalismo da mídia se encarrega ainda mais de torná-lo um local hostil!

 
Leatherface: Muita coisa aqui é exagerada, temos sim lugares perigosos e o tráfico já foi mais forte aqui no passado, mas hoje com morros sendo ocupados pela policia e exército, esses marginais perderam muito de seu poder. A mídia é sensacionalista, pois vive de vendas de jornal e audiência para vender anúncios caros na TV. Um Assassino em série é um sociopata, ele vai sentar com você numa sala e mentir sobre tudo que fez e seus batimentos cardíacos não vão alterar em nada, pois o sociopata não sente uma gota de arrependimento pelos que fez, Não tem nada que você possa falar que mude isso, muito menos um tratamento que vá mudar um maníaco, não importa, nasceu maluco, morre maluco. Seres humanos não mudam, não evoluem. O que torna a pessoa um assassino em série? Nascer com predisposição para o mal, uma vida conturbada cheia de abusos físicos e sexuais como o Próprio Calr Panzram, porém você tem o exemplo clássico do Jeffrey Dahmer que nunca sofreu nenhum mau trato e se tornou um dos piores canibais assassinos em série dos EUA. Meu interesse nos atos de um serial killer é o mesmo de quando uma pessoa passa por um acidente e vê pessoas mortas num acidente ou contorcidas nas ferragens em agonia, a obsessão pelo mórbido, pela morte, que é única certeza que temos da vida. No cemitério quando jogam o caixão no buraco no chão você se dá conta de que é para lá que vamos e não importa seu meio social, se você estudou e acha que sua merda fede menos que a do seu vizinho, se fala  mais de um idioma, é lá que terminamos... O que se pode extrair de um assassino em série? MORTE.

TGZ – Inclusive outras bandas mencionam em suas letras histórias de serial-killers, psicopatas, posso citar o exemplo do Dorsal Atlântica na música “Caçador da Noite (“Antes do Fim”/1986) onde Carlos “Vândalo” Lopes narra a história de Ricardo "Richard" Muñoz Ramírez, conhecido pela acunha de "Night Stalker", assim como vocês eu vejo como uma citação, uma forma de mostra o quanto doente e perturbadora pode ser e partindo de perfis que a nossa hipócrita sociedade não espera,  e não como uma apologia aos atos, mas já houve algum tipo de crítica negativa a essa temática lírica de vocês?

Leatherface: Nunca houve qualquer tipo de problemas. Acho que por sermos undergrounds não existe uma super exposição sobre isso e quem olha a capa se sente ofendido ou com medo nem vai se dá o trabalho de ouvir as músicas ou folhear o encarte. Existem programas no Discovery Channel totalmente dedicados a, assassinos em séries, mulheres que matam e etc... Entrevistas e entrevistas com Charles Manson, Richard Ramirez, Ted Bundy e etc ... É óbvio a atenção e fascínio que eles exercem sobre a população, é uma relação de amor e ódio mesmo. Filmes em Hollywood com grandes produções sobre esse tema e por ai você pode ver o andar da carruagem. As pessoas deveriam se indignar com políticos corruptos e não com bandas undergrounds, esses sim são mais malígnos que qualquer um ou criatura que andou por esse planeta.

TGZ – Agora vamos falar do Sodomizer, que por sinal teve seu terceiro full-lenght “Jesus Is Not Here Today” lançado há poucos meses através do selo japonês Deathrash Armageddon, vocês pretendem lançá-lo também por algum selo brasileiro? Acredito que seja mais difícil “divulgá-lo” em nosso território sem lançá-lo por aqui...

Leatherface: O problema do Brasil é o seguinte, as gravadoras aqui quando você conversa sobre custo de gravações, divulgação e outras coisas eles param a conversa. Todos começam; “HEY, VAMOS LANÇAR SEU ÁLBUM E DEPOIS FAZER UM RELANÇAMENTO DE TAL ÁLBUM E BLA BLA BLA”, e quando você diz ok, mas o orçamento do custo do estúdio vai ficar em tanto e ... Ai a conversa acaba. Na Europa Ásia e ate USA eles dão valor ás bandas daqui, por isso as bandas cada vez mais estão assinando com gravadoras lá fora, A Deathrash Armageddon Recss é um selos sério totalmente dedicado ao underground e apoiou o Sodomizer em tudo que pedimos ao selo, coisa que aqui é impossível no momento fazer com um selo underground, por que todos só querem lucrar. Temos o split agora aqui pela Morbid Tales Recs que é um selo novo e espero que continue nesse caminho, mas a verdade é que quando você toca numa banda tem muitos custos, ensaios, manutenção de instrumentos e etc... Música é um hobbie caro, então se as gravadoras daqui não mudarem essa mentalidade feudal, vão perder as boas bandas para gravadoras da Europa, Ásia e EUA. Acordem gravadoras, pois hoje não é tão caro gravar e isso democratizou produções de álbuns, invistam nas bandas daqui e parem de querer apenas lucrar, lucrar e lucrar... Falando sobre o terceiro Sodomizer “Jesus Is Not Here Today”, ele está disponível conosco ou com a gravadora Deathrash Armageddon Recs, estamos orgulhosos desse terceiro álbum e ele segue uma linha mais speed metal e é nosso trabalho mais obscuro atá agora. A produção está melhor e traz algumas novidades mantendo nossas raízes de horror.

TGZ – Você está agendando datas para o Sodomizer levar se culto maldito para o velho continente europeu, quais datas e quais países Recseberão apresentações do Sodomizer?

Leatherface: Serão seis datas. Itália, Finlândia, Inglaterra, Suécia, Dinamarca e Alemanha. Será a primeira vez que iremos para Europa, então a expectativa é grande da nossa parte a respeito do que vamos encontrar e vamos finalmente conhecer pessoalmente muitos amigos, irmãos e irmãs que nos apoiaram todos esses anos e tocar para eles com total dedicação e vamos nos esforçar ao máximo para fazer apresentações memoráveis.

TGZ – Existe também o planejamento de espalhar a praga pelo Brasil, o que você já tem a adiantar de datas ou possibilidades?

Leatherface: Quero tocar no nordeste, sempre digo isso mas quero reiterar aqui, o Nordeste tem a cena mais forte do Brasil e porque não dizer sim do mundo. Temos maníacos, dedicados ai e você pode comprovar isso quando bandas daqui do Sudeste vão tocar ai e voltam de queixo caído pela reação do publico e venda de merchandising absurda. Vamos ver, aqui é realmente complicado e demanda muita coisa um show (quais na maioria das vezes os promotores de shows não querem cumprir), quero muito tocar logo no Nordeste e claro na Bahia terra do grande Mystifier, Headhunter DC... Vamos ver o que os ventos do necrounderground nos trazem.

TGZ – E não esquecendo também do Hellkomander, tem previsão de lançar seu segundo álbum? A formação ainda conta com você, Poisonhell e Adrameleck?

Leatherface: Sim estamos com todas as músicas prontas já e será lançado pela Bestial Invasion Recs O nome do álbum é “Hell Is More Beautiful Than Heaven”, Poison Hell no vocal e guitarra, Adrameleck na bateria e eu estou no baixo.

TGZ – Bom, Fabiano além de ser um exímio baixista e tocar em algumas bandas em teu estado, também é um insano artista que desenha as caricaturas bizarras para Sodomizer e também exerce a profissão de tatuador. Mas quando começou este apreço pela arte plástica? Você acha que os filmes macabros do passado foram um dos fatores para tal identificação pessoal?

Leatherface: Exímio baixista é um grande elogio eu sou totalmente autodidata e  não me levo a sério como músico, muito obrigado pelo elogio. Minhas primeiras lembranças são de mim mesmo desenhando, então já era natural o que viria fazer da minha vida quando adulto, desenhar. Nunca tive dúvidas quanto a isso, cresci lendo HQS, vendo filmes de terror, lendo livros de HP Lovecraft, Stephen King, Sir Arthur Conan Doyle. Quanto a respeito da tatuagem sempre fui fascinado e era natural que iria me tatuar assim que tivesse a chance, o contato com o mundo da tatuagem, veio de forma natural assim como começar a tatuar. A palavra arte as vezes soa estranha, prefiro me ver a margem da sociedade mesmo, um subversivo que segue cagando e andando para todas as pessoas “normais” e sua leis e regras de conduta.

TGZ – Já pude ver algumas artes suas, mas você tem algum meio de divulgação para suas perturbações? Por favor, as divulgue... E eu tenho uma pequena curiosidade! Percebi que a tua tatuagem pega do pescoço até os braços. Mas a mesma seria no corpo todo ou apenas nessas partes? Esta seria uma característica vinda do maldito filme Red Dragon (Trilogia do serial killer Hannibal Lecter)?

Leatherface: A melhor forma de você começar um trabalho são tatuagens grandes, pois tatuagens pequenas tendem a parecer um monte de chicletes quando você vai unindo desenhos pequenos uns aos outros e a composição nunca é tão boa quanto quando você começa um painel nas costas ou um fechamento de braço. A tatuagem no pescoço pega de ombro a ombro subindo para meu pescoço e é um organismo inspirado nos desenhos e pinturas de H.R.Giger. (artista Suíço que já trabalhou com Celtic Frost na capa do “To Mega Therion” dentre outros músicos e etc...).  “Red Dragon” é um grande filme e todos deveriam fechar as costas como naquele filme de preferência tatuando o DIABO.

TGZ – Sei que é amante das trilhas de sexo, carnificina, perturbação, violência e possessão diabólicas de filmes antigos. E tais obras são proliferadas em formas de samples para músicas bizarras do Sodomizer. Mas o que poderia falar sobre obras como: O Exorcista, A Profecia, Uma Noite Alucinante, Psicose, Necronomicon, Mad Max, O Corvo (Edgar Allan Poe), A curiosa história de Mr. Waldemar, Darkman, Sexta-Feira 13, O Massacre da Serra Elétrica, Colheita Maldita, Hellraiser, O Bebê de Rosemary, dentre outras peças da cinematografia mundial que não me Recsordo no momento? E qual é a tua posição hoje, sobre a evolução dos cinemas? Você Acha que perdeu a maldade e a veia assustadora que existia no passado (sem querer ser nostálgico!)?

Leatherface: Alguns filmes que você citou são clássicos como o Exorcista, tudo nele contribuiu para que fosse um marco, o tema polêmico e nadando contra a maré comercial da época o diretor William Friedkin, que dava tiros no set de filmagem, o incêndio que destruiu um set, as mortes em torno do elenco produção... Outros já não tão bons como a primeira versão de “Colheita Maldita” (houve uma regravação que é mais fiel ao conto de Stephen King). Existe sim bons filmes hoje em dia como Recs (espanhol) e sua continuação surpreendeu por superar o primeiro. Tem muita porcaria, muitas regravações, sem necessidade como o do próprio Recs e “Deixe Ela Entrar”, isso porque os americanos não tem costume de assistir filmes com legendas (estúpido), mas tem muita coisa legal sendo feita como o “Mangue Negro” “A Noite Do Chupa Cabra” do Rodrigo Aragão e regravações boas como “The Hill Have Eyes”. Claro que filmes como “Nosferatus” tem um clima totalmente mórbido e acho que os diretores têm de pegar a influência do Expressionismo alemão dessa época e usar como influência como Tim Burtom faz em seus filmes, não temos mais gênios como Mario Bava e Lucio Fulci, mas o legado deles está ai para cineastas novos aprenderem.

TGZ – Chegamos ao fim de nossa conversa, valeu mesmo pela atenção, deixo o espaço para suas considerações finais:

Leatherface: Obrigado Elimar/Genilson Kbelo e ao ThunderGod Zine, nosso novo álbum “Jesus Is Not Here Today” está a venda conosco e nosso split também “Making The Devil Work”. A versão em LP do “More Horror And Death Again...” (compilação) foi lançada pelo selo Iron BoneHead e em breve a Horror Recs vai lançar a versão em LP do “Jesus Is Not Here Today” (vinil preto, picture, e colorido gatefold com pôster). Hellkommander e Farscape em breve vão lançar um split 7’ep pelos selos Dying Victms e Steel Heavy. Aguardem mais lançamentos e espero poder tocar em breve no nordeste e na Bahia. HORROR E MORTE SEMPRE... 666

 


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